sábado, 10 de março de 2007

VISITA DE BUSH - LULA APRESENTA A BUSH TECNOLOGIA BRASILEIRA PARA PRODUÇÃO DE VEÍCULOS FLEX

VISITA DE BUSH

LULA APRESENTA A BUSH TECNOLOGIA BRASILEIRA PARA PRODUÇÃO DE VEÍCULOS FLEX
REGIANE SOARES
da Folha Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou na manhã desta sexta-feira para o colega norte-americano George W. Bush os avanços do Brasil na produção de álcool e desenvolvimento de tecnologia biocombustível. O Brasil quer pedir para os Estados Unidos reduzirem a tarifa cobrada sobre o álcool brasileiro.
Bush chegou ao prédio da Transpetro, subsidiária da Petrobras, em Guarulhos, por volta das 10h30. Ao lado de Lula, ele assistiu a um vídeo sobre a produção de biocombustíveis O presidente da Petrobras, José Gabrielli, também mostrou a Bush mudas de mamona e cana-de-açúcar --usadas na produção de biocombustíveis. Os brasileiros também mostraram a Bush um motor de veículo bicombustível (flex fuel).
O americano desembarcou às 20h04 de ontem no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos. De lá, seguiu para o Hilton Morumbi, na zona sul de São Paulo.
A passagem de Bush pelo Brasil deve durar menos de 24 horas no país. Depois de visitar a Transpetro, Bush e Lula retornam para o Hilton, onde terão um almoço de trabalho. Em seguida, ele assistirá a uma apresentação da ONG Meninos do Morumbi.
Bush deve deixar o país na noite desta sexta-feira. O horário da partida do americano não foi divulgado. Ele seguirá para o Uruguai. O americano também visitará a Colômbia, Guatemala e México

BUSH DIZ QUE OS EUA VÃO CONSUMIR MAIS BIOCOMBUSTÍVEIS
da Folha Online
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta sexta-feira que pretende reduzir o consumo de gasolina no seu país. Para compensar essa diminuição, ele quer incentivar a ampliação do consumo de biocombustíveis, como o álcool e o biodiesel.
Hoje, depois de visitar o terminal da Transpetro --subsidiária da Petrobras-- em Guarulhos (SP), Bush afirmou que pretende elevar em sete vezes o consumo norte-americano de biocombustíveis, que hoje é de 5 bilhões de galões por ano. Segundo ele, a meta é elevar esse consumo para 35 bilhões de galões por ano no período de 10 anos.
Bush afirmou que os EUA querem ser cada vez menos dependentes do petróleo. "Os EUA estão interessados em diversificar as fonte de geração de energia. Queremos reduzir a dependência do petróleo, pois tem a questão da segurança nacional."
Ele afirmou que o país também está preocupado com os custos com a importação de gasolina. "Existe o interesse econômico para o nosso país. No mundo globalizado, se aumenta a demanda por petróleo, aumenta o preço da gasolina para os EUA."
Bush também disse que é preciso se preocupar com o impacto da gasolina sobre o ambiente.
A passagem de Bush pelo Brasil deve durar menos de 24 horas no país. Da Transpetro, Bush retorna para o Hilton, onde almoça com Lula. Em seguida, ele assistirá a uma apresentação da ONG Meninos do Morumbi.
Bush deve deixar o país na noite desta sexta-feira. O horário da partida do americano não foi divulgado. Ele seguirá para o Uruguai. O americano também visitará a Colômbia, Guatemala e México.

ELIANE CANTANHÊDE
da Folha de S.Paulo
Memorando de Lula e Bush adia decisão sobre tarifas
O memorando de entendimentos que os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e George W. Bush assinam hoje empurra com a barriga qualquer decisão quanto a subsídios e taxas dos EUA contra o álcool combustível brasileiro. O texto dirá apenas que a questão será tratada nos "fóruns apropriados".Isso deixa implícito que as negociações continuarão no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio), onde EUA e Brasil já discutem a questão dos subsídios agrícolas de forma mais geral, na Rodada Doha.O Brasil é o principal exportador mundial de álcool combustível. Dos 3,5 bilhões de litros que exporta por ano, 2,5 bilhões vão para os EUA, onde o produto recebe uma taxa de 0,54 centavos de dólar por galão, além de 2,5% de impostos alfandegários.
Haverá avanços nas negociações das tarifas entre os dois países. Conforme a Folha apurou, o memorando negociado previamente entre as cúpulas dos dois governos prevê cooperação em biocombustíveis em três áreas: difusão para terceiros países, normatização e pesquisa e tecnologia.Lula e Bush discutirão também hoje outros dois temas: a Rodada Doha e a reivindicação brasileira de obter uma cadeira permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas. Mas sem novidades. Porém, de todos os temas, o mais delicado será a ascendência do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, na região.

ÚLTIMO SEGUNDO

Para Lula, acordo com EUA sobre etanol muda cenário mundial
Por Carmen Munari GUARULHOS (Reuters) - A parceria entre Brasil e Estados Unidos na área dos biocombustíveis, assinada nesta sexta-feira, pode mudar o cenário do mercado automobilístico e energético mundial, na avaliação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
(Reportagem de Carmen Munari)
Ele e o presidente norte-americano, George W. Bush, visitaram a unidade de armazenamento e distribuição de combustíveis, incluindo etanol, da Petrobras em Guarulhos. Logo em seguida, os dois fizeram rápidos discursos sobre a aliança bilateral na área de combustíveis renováveis.
'Essa parceria pode significar, definitivamente, a partir do dia de hoje, um novo momento da indústria automobilística no mundo, dos combustíveis e um novo momento para a humanidade', afirmou Lula.
Detalhes da parceria ainda não foram divulgados.
O presidente brasileiro disse considerar a aliança uma forma de convencer o mundo de mudar sua matriz energética, hoje baseada em combustíveis fósseis.
'Tenho sido quase que de forma doentia defensor das fontes renováveis de combustíveis. Vejo com enorme satisfação uma crescente consciência na comunidade internacional de que é preciso superar a dependência dos combustíveis fósseis', declarou.
Lula sinalizou que a iniciativa com os EUA incluiria parcerias com outros países para ampliar e diversificar a produção de biocombustíveis.

ETANOL: POR QUE O ACORDO É BOM
Paulo Henrique Amorim
Máximas e Mínimas 206


. Ao longo de um almoço, hoje, no Itamaraty, que o Presidente Lula ofereceu ao Presidente da Alemanha, Horst Köhler, pude conversar com um diplomata brasileiro que negociou o acordo de biocombustíveis que Lula assina amanhã com o Presidente Bush, em São Paulo.

. Veja as vantagens para o Brasil:

. Cooperação com outros países. Empresas brasileiras que já operam em Honduras e na República Dominicana, e muitas outras, como a Dedini, de Ribeirão Preto, que constrói destilarias, poderão investir na América Central e no Caribe e vender para os Estados Unidos sem tarifa.

. Esquece, porque os americanos não vão retirar as tarifas sobre o etanol brasileiro tão cedo (US$ 54 centavos por galão, ou R$ 30 centavos por litro).

. O Brasil vai poder vender álcool hidratado para Honduras, desidrata em Honduras e entra no mercado americano.

. Essa tarifa americana é até uma tarifa virtuosa: já imaginou se os americanos tiram a tarifa? Ia faltar álcool para os carros brasileiros.

. Cria-se um mercado global para biocombustíveis. Com isso se fixarão normas, padrões internacionais, grau de pureza – e é do interesse do Brasil – que tem o etanol mais competitivo – não deixar que os padrões internacionais se fixem a partir do etanol de milho americano.

. O INMETRO BRASILEIRO JÁ TRABALHA NISSO, PARA PERMITIR QUE O ETANOL DA CANA BRASILEIRA SEJA AFERIDO COM UM PADRÃO INTERNACIONAL.

. Vai entrar dinheiro americano de Pesquisa e Desenvolvimento na pesquisa do etanol e seus sub-produtos. Eles têm um gigantesco projeto de pesquisas no Colorado e isso será compartilhado com o Brasil.

. A energia renovável vai sofrer dramáticas inovações tecnológicas e o Brasil precisa estar preparado para não perder o bonde, depois de vencer a guerra do etanol.

. A próxima etapa é produzir energia por um processo celulósico, que extrai da palha da cana ou de qualquer outra palha.

. E mais na frente, ainda, será o hidrogênio, a melhor de todas as energias.

. E a melhor fonte de hidrogênio é precisamente a conversão de etanol de cana.

. O processo celulósico e o hidrogênio vão precisar de muito dinheiro para pesquisa.

. Outros benefícios. O Brasil vai poder exportar carro bi-combustível - e este ano toda a produção brasileira de automóveis será de carros flex-fuel.

. O Brasil vai poder fazer um acordo importante com a Tailândia, que pode vir a ser um grande produtor de cana.

. O Rei da Tailândia tem uma mini destilaria de álcool no quintal...

. A Tailândia está entre a Índia e a China e na porta do Japão.

. O problema para o etanol brasileiro no Japão – e o Japão pode ser um grande concorrente – é que o Japão não quer ficar na mão de um fornecedor só, o Brasil.

. A Tailândia pode ser uma alternativa, associada a empresários brasileiros.


Lula e Bush anunciam acordo de cooperação no setor de etanol
SÃO PAULO - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso ao lado do presidente norte-americano, George W. Bush, que Brasil e Estados Unidos lançam uma parceria para o futuro com o uso do biocombustível.
"É preciso superar a dependência dos combustíveis fósseis. Tudo o que fizermos será um ganho, teremos uma alternativa mais limpa na luta contra o aquecimento global", afirmou Lula.
O presidente norte-americano reforçou a importância de diminuir a dependência do petróleo e, ainda, o desenvolvimento sustentável. "Depender do combustível de outras pessoas significa depender da decisões de terceiros. Se a demanda por petróleo aumentar, aumenta o preço da gasolina em nossos países. E também temos que pensar no meio ambiente", afirmou Bush.
Sem protestos
Dois ônibus que transportavam representantes de entidades estudantis para protestar na sede da Transpetro, em Guarulhos (SP), contra a visita do presidente americano George W. Bush ao Brasil foram impedidos de seguir caminho ao passar por uma barreira policial.
Agenda cheia
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, chegaram por volta das 10h30 no terminal da Petrobras, em Guarulhos, São Paulo. O presidente norte-americano teria sido recebido com um copo de caldo-de-cana na Transpetro. Manifestantes seguem com protestos nesta sexta-feira.
Diversas vias foram interditadas na capital paulista para a saída dos veículos da comitiva de Bush, causando pontos de lentidão. Em um segundo encontro, na tarde desta sexta-feira, os presidentes discutirão acordos, como o do etanol, em que os americanos estão interessados.
A comitiva norte-americana foi ao local por via terrestre. Já o presidente Lula chegou de helicóptero. O presidente Bush visitou as instalações da Transpetro e viu como é feita a mistura do álcool à gasolina. Ele também conhecerá de perto os veículos da Ford e da General Motors (GM) que rodam com tecnologia flex fuel (bicombustível).
Negociações em pauta
Lula defende junto a Bush a retirada de tarifas sobre o etanol exportado para os Estados Unidos, até com transferências de tecnologias para terceiros países desenvolverem um programa de produção de álcool.
Um acordo diplomático, com ampliação do prazo de validade de vistos de entrada nos Estados Unidos, também deverá ocorrer. O prazo hoje de cinco anos deve ser dobrado para dez.
Bush ainda vai visitar o projeto Meninos do Morumbi, patrocinado por uma organização não-governamental (ONG) para incentivar o aprendizado de instrumentos musicais, que recebe apoio de empresas americanas no Brasil.
Após a visita, Bush deve voltar ao Aeroporto Internacionald de Guarulhos para continuar sua viagem pela América Latina.
Rice e Amorim se encontram
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, encontrou-se com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, em um café da manhã, também na região do Morumbi. Na reunião, eles assinaram um memorando sobre etanol.
Chegada tranqüila
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, chegou ao Brasil acompanhado de sua esposa, Laura Bush, da secretária de Estado, Condoleezza Rice, e da representante do Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, na noita da última quinta-feira. O avião oficial da Presidência dos Estados Unidos, Air Force One, pousou às 20h05 no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
* Com informações de Débora Nogueira, repórter do Último Segundo em São Paulo
RICE E AMORIM ASSINAM MEMORANDO DO ETANOL
A assessoria de Imprensa do Itamaraty informou que a secretária de Estado americana Condoleezza Rice e o ministro das Relações Exteriores brasileiro Celso Amorim assinaram nesta manhã o memorando de entendimento sobre biocombustíveis que permitirá a cooperação Brasil-Estados Unidos no desenvolvimento da tecnologia de etanol de celulose, a transformação do produto em uma commodity e a transferência de tecnologia para terceiros países, para que outras nações possam se agregar aos produtores do combustível.
Na agenda de Amorim estavam previstos outros três tópicos para serem tratados com Rice.
O primeiro é a reforma do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) e a expectativa do governo brasileiro de que seja lançada oficialmente a iniciativa. O Brasil reivindica uma cadeira permanente no Conselho de Segurança e atua em conjunto com a Alemanha, o Japão e a Índia no chamado G4.
Outro tema da agenda seria a expansão do G8 - grupo das sete economias mais desenvolvidas do mundo, mais a Rússia - para incorporação de outras economias em desenvolvimento.
O Brasil tem sido convidado para as reuniões ministeriais e de cúpula do G8 nos últimos anos, mas não faz parte ainda do grupo seleto.
O terceiro ponto é a Governança Global, tema que permitiu a Amorim defender uma fase de ajuda ao Haiti, com medidas que possam trazer à população local a percepção local de que está sendo beneficiada pela comunidade internacional.



APÓS COLETIVA, BUSH SEGUE PARA ONG NO MORUMBI, EM SP

Na coletiva, Lula citou o interesse e a dificuldade do Brasil nas negociações como líder do G-20 (o grupo de vinte países mais ricos do mundo). "Nós, além de convencermos os parceiros mais ricos, temos que convencer os mais pobres. O problema agora é político. Se vamos ter em termos de lideranças mundiais competência política. Não tem como comparar Doha e Alca".
O presidente Bush, por sua vez, confirmou a necessidade de um acordo, mas preferiu não falar de falhas. "Não quero me sentir desencorajado por falhas do passado. Quero estar otimista por tudo o que já conseguimos". Sobre as ajudas financeiras, Bush ressaltou a generosidade do povo americano e disse que "as pessoas aqui não conseguem entender a ajuda financeira. É nosso interesse termos visinhos pacíficos e bem financeiramente. América Latina é um ótimo lugar para se investir. São transparentes, respeitam a lei", afirmou.
Almoço de autoridades
Bush e Lula participaram com outras 20 pessoas de um almoço, que começou após uma reunião de 40 minutos entre os chefes de Estado. Antes, os dois formalizaram um acordo de parceria na produção de biocombustível.
Pelo lado brasileiro, participaram do encontro os ministros Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento), Celso Amorim (Relações Exteriores), Silas Rondeau (Minas e Energias), e o assessor especial do presidente para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. O governador de São Paulo, José Serra, também participa da mesa.
Do lado norte-americano, acompanharam o presidente Bush a secretária de Estado Condoleezza Rice, a secretária de Comércio, Susan Schwab, além de outros secretários das áreas de segurança e imprensa.
Os presidentes foram ao hotel após encontro na unidade da Transpetro em Guarulhos, na Grande São Paulo, em que os chefes de Estado exaltaram a produção de biocombustível e o acordo assinado hoje na área. Lula defendeu que Estados Unidos e Brasil firmem parcerias com outros países para ampliar a produção de biocombustíveis. Já o presidente norte-americano, George W. Bush, reforçou o objetivo de os Estados Unidos se tornarem menos dependentes do petróleo e disse estar muito 'otimista' com a utilização de fontes alternativas de energia.
"É preciso superar a dependência dos combustíveis fósseis. Tudo o que fizermos será um ganho, teremos uma alternativa mais limpa na luta contra o aquecimento global", afirmou Lula. Para o presidente brasileiro, o acordo poderá mudar o cenário mundial. "Eu acredito que o Brasil e os Estados Unidos têm a capacidade de liderar o caminho em direção a dias melhores", disse Bush a Lula.
A comitiva norte-americana foi ao local por via terrestre. Já o presidente Lula chegou de helicóptero. Os dois presidentes chegaram por volta das 10h30 no terminal da Petrobras, em Guarulhos, São Paulo. O presidente norte-americano teria sido recebido com um copo de caldo-de-cana na Transpetro. Manifestantes seguem com protestos nesta sexta-feira.
Diversas vias foram interditadas na capital paulista para a saída dos veículos da comitiva de Bush, causando pontos de lentidão. Em um segundo encontro, na tarde desta sexta-feira, os presidentes discutirão acordos, como o do etanol, em que os americanos estão interessados.
Negociações em pauta
Lula defende junto a Bush a retirada de tarifas sobre o etanol exportado para os Estados Unidos, até com transferências de tecnologias para terceiros países desenvolverem um programa de produção de álcool.
Um acordo diplomático, com ampliação do prazo de validade de vistos de entrada nos Estados Unidos, também deverá ocorrer. O prazo hoje de cinco anos deve ser dobrado para dez.
Bush ainda vai visitar o projeto Meninos do Morumbi, patrocinado por uma organização não-governamental (ONG) para incentivar o aprendizado de instrumentos musicais, que recebe apoio de empresas americanas no Brasil.
Após a visita, Bush deve voltar ao Aeroporto Internacionald de Guarulhos para continuar sua viagem pela América Latina.
Rice e Amorim se encontram
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, encontrou-se com o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, em um café da manhã, também na região do Morumbi. Na reunião, eles assinaram um memorando sobre etanol.
Chegada tranqüila
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, chegou ao Brasil acompanhado de sua esposa, Laura Bush, da secretária de Estado, Condoleezza Rice, e da representante do Comércio dos Estados Unidos, Susan Schwab, na noita da última quinta-feira. O avião oficial da Presidência dos Estados Unidos, Air Force One, pousou às 20h05 no Aeroporto Internacional de Guarulhos.
* Com informações de Débora Nogueira, repórter do Último Segundo em São Paulo
BBC
Para jornal britânico, Bush visita 'quintal negligenciado'
A visita de uma semana do presidente George W. Bush à América Latina “foi construída para conter o sentimento de que Washington negligenciou seu quintal desde o 11 de Setembro de 2001”, afirma o jornal britânico The Guardian em um editorial publicado na edição desta sexta-feira.
O artigo avalia, porém, que essa negligência “pode ter sido bem recebida por alguns”, já que nesse período a influência e a ajuda venezuelanas se expandiram na região.
Para o editorial, a viagem é uma nova estratégia de Bush para se contrapor ao presidente Hugo Chávez, após anos de financiamento à oposição venezuelana não terem conseguido afastá-lo do poder.
Porém o jornal avalia que as promessas de ajuda feitas por Bush e exemplificadas pela defesa da expansão do etanol como forma de tirar milhões de pessoas da pobreza na região é em grande parte apenas “retórica”. “O que impede os produtores brasileiros de etanol de exportar mais biocombustível para o mercado norte-americano não é a falta de demanda, mas as barreiras tarifárias americanas.”
Para o editorial, “todos os líderes latino-americanos sabem que Bush tem menos de dois anos de governo” e que para conseguir sua simpatia “ele precisa mostrar que a política americana vai além de sua batalha pessoal com Chávez”.
Destaque
Além do editorial, o Guardian também publicou reportagens relacionadas à visita que ocupam duas páginas do jornal. A visita recebeu nesta sexta-feira um grande destaque da imprensa britânica em geral.
O Daily Telegraph também comenta a visita em editorial no qual afirma que sua parada no Brasil pode mostrar que talvez a iniciativa de demonstrar interesse pela América Latina não tenha vindo tarde demais e que sua atenção à região não terminará assim que retorne a Washington.
“Em São Paulo, Bush tem a chance de aprofundar uma relação já boa com um país cuja economia, ao lado da do México, deixa todas as demais na América Latina insignificantes. Somente isso já terá feito a viagem valer a pena”, diz o Daily Telegraph.
Em reportagem de duas páginas, o diário The Independent relata também a viagem de Hugo Chávez à Argentina nesta sexta-feira e afirma que “Bush e Chávez fazem viagens rivais em tentativa de ganhar os corações e as mentes dos latino-americanos”.
“É pouco provável que um dos dois terá algo de positivo para falar sobre o outro. Apesar de sua relação simbiótica – a Venezuela é o quarto maior fornecedor de petróleo para os Estados Unidos – Bush e Chávez estão engajados em uma batalha por influência na América Latina”, diz o jornal.
“E, pela primeira vez, são os Estados Unidos que estão correndo atrás, com uma predominância de países na região governados por líderes esquerdistas”, diz a reportagem.
O Times, por sua vez, destaca em sua reportagem, de meia página, a expectativa de que Lula pressionaria Bush no encontro entre os dois em São Paulo para que os Estados Unidos reduzissem as tarifas de importação sobre o etanol brasileiro.
“O Brasil é o maior exportador mundial de etanol e está promovendo o produto em todo o mundo como uma alternativa mais limpa ao petróleo. No ano passado, os Estados Unidos importaram cerca de metade de todo o etanol vendido pelo Brasil no exterior, mas espera-se que um aumento na produção local leve a uma queda nas importações do Brasil neste ano”, diz a reportagem.

MEMORANDO DE ENTENDIMENTO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA PARA AVANÇAR A COOPERAÇÃO EM BIOCOMBUSTÍVEIS
"O Governo da República Federativa do Brasil e O Governo dos Estados Unidos da América (doravante designados como “Participantes”),
Reconhecendo os interesses comuns compartilhados pelos Participantes com relação ao desenvolvimento de recursos energéticos baratos, limpos e sustentáveis;
Considerando a importância estratégica dos biocombustíveis como força transformadora na região para a diversificação de recursos energéticos, para a promoção de crescimento econômico, para o avanço da agenda social e para a melhoria do meio ambiente;
Conscientes dos benefícios de forjar uma parceria Brasil-Estados Unidos para direcionar os recursos de nossos setores público e privado na direção do fortalecimento dos biocombustíveis e tecnologias relacionadas;
Levando em conta os mecanismos e a cooperação existentes nas áreas de energia, agricultura, meio ambiente, ciência e tecnologia sobre biocombustíveis;
Tendo presente que este Memorando tem por objetivo prover um quadro geral e expressar a intenção de cooperação entre os Governos;
Observando que os temas relacionados com comércio doméstico e tarifas devem ser tratados em outros foros multilaterais, regionais e bilaterais,
Expressam aqui a intenção de cooperar no desenvolvimento e na difusão dos biocombustíveis numa estratégia de três níveis (bilateral, em terceiros países e global):
I. Bilateral: Os Participantes pretendem avançar na pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia para biocombustíveis de nova geração, potencializando, sempre que possível, o trabalho em andamento no âmbito do Mecanismo de Consultas entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil e o Departamento de Comércio dos Estados Unidos (Diálogo Comercial Brasil-Estados Unidos); do Comitê Consultivo Agrícola (2003); do Mecanismo de Consultas sobre Cooperação na Área de Energia (2003); da Agenda Comum Brasil - Estados Unidos sobre Meio Ambiente (1995); e da Comissão Mista Brasil - Estados Unidos de Cooperação Científica e Tecnológica (1984, emendada e ampliada pelo Protocolo assinado em 21 de março de 1994).
II. Terceiros Países: Os Participantes tencionam trabalhar conjuntamente para levar os benefícios dos biocombustíveis a terceiros países selecionados por meio de estudos de viabilidade e assistência técnica que visem a estimular o setor privado a investir em biocombustíveis. Os países tencionam começar a trabalhar na América Central e no Caribe encorajando a produção local e o consumo de biocombustíveis, com vistas a trabalhar conjuntamente em regiões-chave do globo.
III. Global: Os Participantes desejam expandir o mercado de biocombustíveis por meio da cooperação para o estabelecimento de padrões uniformes e normas. Para atingir esse objetivo, os Participantes tencionam cooperar no âmbito do Fórum Internacional de Biocombustíveis (FIB), levando em conta o trabalho realizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade do Brasil (INMETRO) e o Instituto Norte-Americano de Padrões e Tecnologia (NIST), bem como coordenando posições em fóruns internacionais complementares.
Os Participantes tencionam estabelecer um Grupo de Trabalho para supervisionar as atividades realizadas sob os auspícios deste Memorando para que seja assegurada coordenação adequada entre os três níveis de cooperação.
O Governo dos Estados Unidos da América indica o Subsecretário de Assuntos Econômicos, Energia e Temas Agrícolas do Departamento de Estado como o ponto focal norte-americano para a implementação deste Memorando.
O Governo da República Federativa do Brasil designa o Subsecretário-Geral Político I do Ministério das Relações Exteriores como o ponto focal brasileiro para a implementação deste Memorando.
Cada representante ou as pessoas por ele designadas são responsáveis em prover informações sobre ações tomadas pelos Governos que os designaram.
Este Memorando entra em vigor na data de sua assinatura. Feito em São Paulo, nos idiomas português e inglês, no dia 9 de março de 2007."

PARA BUSH, PARCERIA DO ETANOL É QUESTÃO DE SEGURANÇA
ESTADÃO
EM DISCURSO NA TRANSPETRO, PRESIDENTE AMERICANO DISSE QUE PAÍS NÃO PODE FICAR DEPENDENTE DE ´OUTRA PESSOA´ NAS DECISÕES SOBRE PETRÓLEO, EM REFERÊNCIA A CHÁVEZ
SÃO PAULO - O presidente americano, George W. Bush, fez questão de destacar a ameaça do seu rival venezuelano, Hugo Chávez, ao falar sobre a parceria entre EUA e Brasil na produção de biocombustíveis, em visita à Transpetro, unidade da Petrobras em Guarulhos, nesta sexta-feira, 9. Para ele, é uma forma de reduzir a dependência dos americanos.
"Se dependemos do petróleo de fora, temos a questão de segurança nacional. Nossa dependência de outra ´pessoa´ significa que estamos dependentes de suas decisões. A dependência cria problemas para todos, não só para os EUA. A demanda do petróleo na Índia e na China aumenta o custo do petróleo para nossos países também", afirmou Bush.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a parceira estratégica entre os dois países irá valorizar a nova matriz energética. "A cooperação na área de biocombustíveis, assinado hoje é uma resposta ao desafio energético do século XXI", disse Lula ao iniciar seu discurso ao lado de Bush. Detalhes da parceria ainda não foram divulgados.
No discurso, de cerca de dez minutos, Lula disse que o memorando que prevê a parceria tecnológica entre os dois países é uma resposta ao desafio energético deste séculos. Na avaliação do presidente brasileiro, a parceria inaugurada hoje entre os dois países é ambiciosa. "É uma parceria para o futuro", emendou.
(Com Elizabeth Lopes)
RICE E AMORIM DEFINEM ACORDO SOBRE BIOCOMBUSTÍVEIS
DOCUMENTO ASSINADO PERMITIRÁ COOPERAÇÃO BRASIL-EUA PARA PRODUÇÃO DE ETANOL
ANDRÉ MASCARENHAS E DENISE CRISPIM MARIN
SÃO PAULO - A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, e o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, assinaram nesta sexta-feira, 9, um memorando de entendimento sobre biocombustíveis.
De acordo com a assessoria de imprensa do Itamaraty, o documento permitirá a cooperação Brasil-EUA na produção de etanol de celulose, a transformação do produto em uma commodity e a transferência de tecnologia para países que queiram produzir o biocombustível.
Pela manhã, Rice participou de um café da manhã oferecido pelo ministro no World Trade Center Hotel, na zona sul da capital paulista. O encontro durou cerca de 50 minutos e nenhum dos participantes deu declarações à imprensa.
Na pauta do encontro, segundo o Itamaraty, estavam previstos também outros três tópicos - a reforma do Conselho de Segurança da ONU, a expansão do G-8 e assuntos relacionados à governança global e à situação do Haiti.
O G-8 é o grupo formado pelas sete economias mais desenvolvidas do mundo e pela Rússia. O Brasil tem sido convidado para as reuniões ministeriais e de cúpula, mas ainda não participa oficialmente do grupo.
O Itamaraty informou que no sábado, 10, Amorim deve se encontrar ainda com a representante de Comércio dos EUA, Susan Schwab, para discutir assuntos ligados à área comercial e à Rodada Doha. Após esse encontro, os participantes devem falam com a imprensa
BUSH VISITA TRANSPETRO E CONHECE AUTOMÓVEL BICOMBUSTÍVEL
DURANTE VISITA, LULA APRESENTOU PÉ DE CANA-DE-AÇÚCAR AO PRESIDENTE AMERICANO
ELIZABETH LOPES
SÃO PAULO - O presidente americano, George W. Bush, visitou nesta sexta-feira um terminal da Transpetro, em Guarulhos, acompanhado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Durante a visita, Lula mostrou a Bush com funciona o modelo brasileiro de automóvel bicombustível.
Os dois presidentes realizaram uma audiência fechada, acompanhados apenas por suas respectivas comitivas. Após essa breve reunião, Lula apresentou a Bush um pé de cana-de-açúcar, explicando ao presidente americano de onde é extraído o álcool exportado pelo Brasil.
Ao longo de todo o trajeto pelo terminal da Transpetro, os dois presidentes estavam usando capacetes de segurança da Petrobras. Além deles, cerca de 200 empresários participaram do evento. Às 11h15, Lula e Bush deram início a uma entrevista coletiva.

GAZETA MERCANTIL
LULA E BUSH CRIAM FÓRUM PARA BIOCOMBUSTÍVEL
SÃO PAULO, 9 de março de 2007 - Depois de testar os 44 mil pontos, o Ibovespa segue em alta, mas com menos força. O movimento de compra perde ímpeto em Nova York contendo também o movimento de compra no mercado brasileiro. O Ibovespa, que chegou a subir 1,37%, avançava 0,46%, para 43.664 pontos, com giro financeiro em R$ 820 milhões. Em Nova York, Dow Jones operava com ganho de 0,10%, enquanto a Nasdaq devolveu a alta passando a cair 0,05%.
Integra do texto
SÃO PAULO, 9 de março de 2007 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira, em discurso ao lado do presidente norte-americano, George W. Bush, a criação do Fórum Internacional de Biocombustível, que será composto por Estados Unidos, Brasil, Índia, China, África e União Européia. Lula não deu detalhes sobre como se dará o trabalho do grupo. Também durante o discurso, o presidente informou que assinou, junto com o colega norte-americano, um memorando de entendimentos que possibilitará a troca de experiências dos dois países no desenvolvimento de tecnologias e de combustíveis alternativos ao petróleo. Os dois presidentes também demonstraram a intenção de levar a tecnologia de produção de biocombustíveis a outros países.
"Estamos lançando uma parceria para o futuro, voltada para a incorporação definitiva do etanol à matriz energética dos dois países", disse Lula. Durante o discurso, o presidente também destacou o impacto social dos programas de desenvolvimento de energias alternativas, em especial o biodiesel. "Não se trata apenas de uma parceria econômica (entre Brasil e EUA). Essa parceria possibilitará a democratização do acesso aos biocombustíveis e é uma contribuição para a distribuição de renda."
O presidente brasileiro afirmou ainda que é preciso formar alianças com terceiros para diversificar globalmente a produção de combustíveis alternativos ao petróleo. "Precisamos criar as bases para produção dos biocombustíveis de forma mais global", disse. O memorando assinado entre os dois países, hoje, também prevê cooperação no sentido de expandir o acesso aos biocombustíveis em outros países. 'Formamos uma aliança estratégica que permita o mundo a optar pelos biocombustíveis.' Em linha com o presidente brasileiro, Bush afirmou, também em discurso, que pretende trabalhar para que a América Central se torne menos dependente do petróleo e dos grandes produtores de energia. 'Precisamos ter inclusive a América Central independente do petróleo mundial como combustível', afirmou.
Bush voltou a destacar o programa norte-americano de redução de 20% do consumo de gasolina nos Estados Unidos no período de dez anos, destacando que, para isso, será necessário o consumo de 35 bilhões de galões diários de 'energia alternativa' até 2017. 'A dependência cria um problema econômico para os EUA e para os demais importadores', disse. Apesar de o Brasil ser o único país com capacidade de responder a essa demanda norte-americana atualmente, o presidente norte-americano não mencionou mudanças na cobrança de sobretaxas ao etanol brasileiro. Bush informou ainda que os Estados Unidos investirão US$ 1,6 bilhão em pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias para a produção de combustíveis alternativos nos próximos dez anos. 'Espero que possamos fazer isso (desenvolvimento de tecnologia) juntos (Brasil e EUA). Faz todo o sentido que colaboremos para ajudar a humanidade', disse, referindo-se à necessidade de redução na emissão de poluentes e também à geração de empregos que a produção de etanol e biodiesel pode possibilitar. Os dois presidentes discusaram após visita a uma unidade da Petrobras, em Guarulhos. (Tatiana Freitas - InvestNews)
CORREIO BRAZILIENSE

LULA APRESENTA CARROS FLEX A BUSH EM SP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou na manhã desta sexta-feira para o colega norte-americano George W. Bush os avanços do Brasil na produção de álcool e desenvolvimento de tecnologia biocombustível. Além de parceria e incentivo ao etanol,
o Brasil quer pedir para os Estados Unidos a redução da tarifa cobrada sobre o álcool brasileiro.
Bush chegou ao prédio da Transpetro, subsidiária da Petrobras, em Guarulhos, por volta das 10h30. Ao lado de Lula, ele assistiu a um vídeo sobre a produção de biocombustíveis O presidente da Petrobras, José Gabrielli, também mostrou a Bush mudas de mamona e cana-de-açúcar - usadas na produção de biocombustíveis. Os brasileiros também mostraram a Bush um motor de veículo bicombustível (flex fuel).
O americano desembarcou às 20h04 desta quinta-feira no aeroporto internacional de São Paulo, em Guarulhos. De lá, seguiu para o Hilton Morumbi, na zona sul de São Paulo. A passagem de Bush pelo Brasil deve durar menos de 24 horas no país. Depois de visitar a Transpetro, Bush e Lula retornam para o Hilton, onde terão um almoço de trabalho. Em seguida, ele assistirá a uma apresentação da ONG Meninos do Morumbi.
Bush deve deixar o país na noite desta sexta-feira. O horário da partida do americano não foi divulgado. Ele seguirá para o Uruguai. O americano também visitará a Colômbia, Guatemala e México.

BUSH DIZ QUER CONSUMO DE BIOCOMBUSTÍVEIS NOS EUA SETE VEZES MAIOR
Da FolhaNews
São Paulo, SP - O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse nesta sexta-feira que pretende reduzir o consumo de gasolina no seu país. Para compensar, ele quer incentivar a ampliação do consumo de biocombustíveis, como o álcool e o biodiesel.
Hoje, depois de visitar o terminal da Transpetro --subsidiária da Petrobras-- em Guarulhos (SP), Bush afirmou que pretende elevar em sete vezes o consumo norte-americano de biocombustíveis, que hoje é de 5 bilhões de galões por ano. Segundo ele, a meta é elevar esse consumo para 35 bilhões de galões por ano no período de 10 anos.
Bush afirmou que os EUA querem ser cada vez menos dependentes do petróleo. "Os EUA estão interessados em diversificar as fonte de geração de energia. Queremos reduzir a dependência do petróleo, pois tem a questão da segurança nacional." Ele afirmou que o país também está preocupado com os custos com a importação de gasolina. "Existe o interesse econômico para o nosso país. No mundo globalizado, se aumenta a demanda por petróleo, aumenta o preço da gasolina para os EUA", afirmou.
Bush também disse que é preciso se preocupar com o impacto da gasolina sobre o ambiente. A passagem do presidente norte-americano pelo Brasil deve durar menos de 24 horas. Da Transpetro, Bush retorna para o Hilton, onde almoça com Lula. Em seguida, ele assistirá a uma apresentação da ONG Meninos do Morumbi.
Bush deve deixar o país na noite desta sexta-feira. O horário da partida do americano não foi divulgado. Ele seguirá para o Uruguai. O americano também visitará a Colômbia, Guatemala e México.

ESTADO DE SP
LULA E BUSH FAZEM PACTO PARA DESTRAVAR ACORDOS COMERCIAIS
Sem estabelecer um cronograma para isso, Lula disse que Brasil e EUA estão caminhando para achar o ´ponto G´ de um acordo nas negociações da Rodada Doha
Jander Ramon e André Mascarenhas
SÃO PAULO - Os presidentes do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos EUA, George W. Bush, assumiram nesta sexta-feira o compromisso público de destravar, bilateralmente, parte das negociações da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC). Lula propôs ao colega norte-americano que os ministros de Relações Exteriores e de Comércio dos dois países entrassem "numa sala" e, por ordem dos dois presidentes e só saíssem depois de um entendimento. "Aceito o comprometimento de nossos ministros se reunirem e chegarem a um acordo", disse Bush a Lula.
Os dois presidentes, contudo, esquivarem-se de estabelecer um cronograma para o destravamento das negociações. Lula preferiu insistir que as negociações e o acerto poderão influenciar outras nações a seguirem pelo mesmo caminho. "Fazer acordos entre nações não é algo simples por conta dos problemas econômicos, políticos e sociais envolvidos e que podem tornar acordos extraordinários ou desastrosos", declarou Lula. "Penso que estamos andando com muita solidez para acharmos o ´ponto G´ de um acordo", acrescentou Lula provocando risos na platéia de jornalistas e no próprio presidente norte-americano.
Referências à Venezuela
O presidente fez diversas referências indiretas governo venezuelano, do presidente Hugo Chávez, fortemente criticado por Bush. Lula fez questão de lembrar que "as ditaduras são recordações do passado na América Latina" e que todos os chefes de Estados foram eleitos democraticamente.
Ele reiterou que está trabalhando para a integração entre seus vizinhos. "Integração entre nações independentes. Nós respeitamos as opções políticas e econômicas de cada país", firmou. O governo federal já havia deixado claro que a aproximação dos Estados Unidos não significará distanciamento da Venezuela.
"Todos estamos empenhados em um projeto de integração sul-americana. Integração é o melhor caminho para o fortalecimento para a democracia. Integração promove o desenvolvimento", completou. "A democracia política profere quando se erradica a pobreza", explicou.
Lula disse que é preciso garantir que a democracia seja a razão pela qual os benefícios da riqueza "justifiquem plenamente a conquista sofrida da democracia em nosso continente". Para ele, o acordo do comércio de etanol entre os dois países pode funcionar como um processo de democratização energética.
O presidente também afirmou que o "Brasil tem consciência do significado da integração da América do Sul, assim como uma aproximação à África e aos Estados Unidos". Lula disse ainda que a visita do presidente Bush abre "a consciência do povo norte-americano e do povo brasileiro" a uma perspectiva de que "não estamos longe de construir um novo padrão de relacionamento entre as Nações".
Com Reuters