quinta-feira, 5 de abril de 2007

OS COMENTÁRIOS DOS ESPECIALISTAS EM 5 DE ABRIL

Míriam Leitão
O Globo
O novo investidor
A Bovespa comemorou ontem o recorde de participação do home broker - o investidor que, do seu computador, negocia ações na bolsa. Ele representa 7,57% do total, são R$10,5 bilhões no volume mensal. O que aconteceu com a bolsa brasileira entre 1994 e 2007 é impressionante: o volume diário negociado simplesmente aumentou 14 vezes. Hoje será feito o 12º IPO deste ano. Num mercado assim, manobras e informação privilegiada devem ser combatidas rigorosamente para que não se perca a credibilidade.
O lançamento de ações tem trazido de volta muitas empresas - dos mais variados setores - à bolsa. No ano passado, foram 26 IPOs. Este ano, mal começou abril, e já é quase metade de 2006.
Mesmo com esse retorno, o número de empresas listadas é hoje ainda bem menor que as 582 de 1994. A explicação está nos vários processos de fusão e incorporação dos últimos anos e também no próprio fato de muitas empresas terem decidido sair desse mercado. Como agora há espaço para captar, as empresas estão chegando novamente. São hoje 405.
De 2003 para cá, o Ibovespa, índice que é sempre o mais comentado, dobrou em reais e triplicou em dólares, o que já é um bom indício, mas cresceu muito também o volume médio diário de negócios da bolsa brasileira. Em 2003, ano de ressaca, é bem verdade, depois da crise de confiança de 2002, a média diária em reais foi de 818 milhões. A partir daí, cresceu 50% em 2004, 32% em 2005, mais 50% em 2006 e agora outros 46%. Resultado: o volume diário quadruplicou; está em R$3,5 bilhões. Em dólar, entre 2003 e 2007, ficou 6 vezes maior.
Quem vem puxando - e sustentando - este crescimento do investimento na Bovespa são os estrangeiros. A liquidez internacional ainda está muito alta, e eles acabaram buscando mercados diferenciados para manter o retorno de seus investimentos nestes anos que foram de juros baixos nas grandes economias. Têm investido pesado no país e aumentado sua presença. Desde 2005, são o grupo com maior participação nos investimentos, atualmente 34%. Depois deles, vêm os institucionais; seguidos dos pessoa física, com 25%. Ainda que a parcela dos pessoa física não tenha mudado muito desde 2000, o número absoluto é bem maior hoje, muito devido aos tais home brokers.
A Ágora foi pioneira neste mercado, no qual está desde 2001. Hoje operam através de seu site - que tem até uma espécie de canal de televisão com informações para os investidores - 35 mil pessoas mensalmente de todos os estados do país, com crescimento mensal de 20%. Por operação, cada investidor paga R$20. Por dia, tem gente que chega a efetuar 40 operações.
- É engraçado porque, para alguns, operar virou uma espécie de game. Vejo uma grande diferença no investidor hoje: ele não quer só uma dica de em qual empresa investir, ele quer ver balanço, gráfico, quer informações sobre o setor - conta Álvaro Bandeira, da Ágora, que conhece bem o mercado financeiro.
Esse novo investidor traz mais trabalho para a CVM. Atualmente, investir não é mais exclusividade de um grupo restrito: disseminou-se. Nas últimas semanas, duas aquisições que movimentaram o mercado - a compra da Ipiranga, por Ultra, Petrobras e Braskem, e a da Varig, pela Gol - chegaram ao conhecimento dos investidores sem que fosse através de comunicado da própria empresa. Quando sai pela imprensa, a informação está sendo divulgada para todos, mas quando só um grupo de espertinhos faz seu jogo na calada da informação, a punição tem que ser exemplar.
No momento, ambos os casos estão sendo apurados pela comissão, ainda sem data para respostas. A CVM está de olho tanto na responsabilidade das diretorias de relações com investidores, como na movimentação financeira. No caso da Gol, ainda não se identificou que algum investidor específico tenha se beneficiado. Se a punição não for rápida e pesada, o investidor menor, que foi trazido para a bolsa recentemente, pode ficar arisco. E essa é a hora de transformar a bolsa numa forma de capitalizar a empresa e democratizar o capital; a hora em que os juros estão caindo. Os deslizes agora não são mais toleráveis como já foram no passado.



Merval Pereira
O Globo
Ora, ora

O presidente Lula continua errático na relação com os controladores de vôo, assumindo sempre mais uma postura de líder sindical nas negociações, para ganhar tempo e manter sempre uma porta aberta para recuos ou avanços estratégicos, do que como presidente da República, que precisa ditar um rumo e os limites das negociações. Lula ora ameaça com prisão quem se amotinar novamente, ora diz que não é preciso prender ninguém. Em contrapartida, os controladores assumem seu papel do outro lado, ora deixando vazar que podem voltar a fazer greve, ora afirmando que na Páscoa não haverá problemas nos aeroportos.
A situação do ministro da Defesa, Waldir Pires, também oscila de acordo com as conveniências políticas. Ora Lula deixa escapar, em conversas com políticos aliados, que está procurando um substituto, ora diz de voz própria que não está pensando em mudar o ministro, ainda mais ontem, que recebeu o senador Antonio Carlos Magalhães, cujo grupo político Waldir Pires um dia derrotou na Bahia e a quem, pela mesma inapetência que demonstra no ministério, devolveu o poder pouco tempo depois.
Um dos pontos que mais evidencia o quanto assunto tão estratégico está sendo tratado de maneira apressada é a desmilitarização do controle do tráfego aéreo. Depois de anunciar a decisão de iniciar o processo foi que o governo descobriu que esse é um movimento que só pode ser feito muito paulatinamente, que exige um investimento em equipamentos que não está orçado, e que, segundo os especialistas, leva em média sete anos para ser concluído com êxito.
Lembrei então de uma reunião do Clube de Madri, que reúne ex-dirigentes mundiais comprometidos com a defesa da democracia, onde foi discutida a questão da segurança nas democracias modernas, incluindo aí as diversas agências de informação, as Forças Armadas e a polícia. Os especialistas reunidos na ocasião, coordenados pelo professor Alfred Stepan, da Universidade de Columbia, em Nova York, definiram a maneira como os governos lidam com os setores de segurança como uma das ameaças à democracia em nossos tempos.
Stepan, um brasilianista pioneiro que estudou os militares no período em que estiveram no poder no Brasil, disse na ocasião que há alguns anos achava-se que simplesmente colocando-se um civil à frente de um Ministério da Defesa a questão militar nas democracias estaria resolvida. Experiências malsucedidas mostraram que é preciso ir além, e democratizar a atividade desses setores. A questão é tão complexa que os especialistas sugeriam que a reforma do sistema de segurança fosse feita simultaneamente, garantindo que as questões sejam enfrentadas de maneira sistêmica.
Era recomendada uma coordenação entre as diversas agências, para dar à troca de informações maior agilidade, tanto nos conflitos internos quanto nas ameaças externas, como o terrorismo e o tráfico de drogas. Nessa visão ideal, burocratas civis têm que ter o controle do poder nas questões de segurança, e o Ministério da Defesa tem que ter civis na sua administração em todos os níveis, assim como civis devem controlar a gestão na polícia e nos serviços de inteligência.
Também o orçamento para todos os fins militares deveria ser transparente, e aprovado pelo Congresso, não podendo haver verbas secretas, nem cláusulas a que os parlamentares não tenham acesso. Os papéis, comandos e responsabilidades teriam que ser definidos na Constituição, para não dar margem a interpretações pessoais.
A reunião foi realizada no final de 2004, quando o ministro da Defesa, o diplomata José Viegas, se demitiu, depois de um confronto com o chefe do Exército, general Francisco Albuquerque. Hoje, Viegas é embaixador na Espanha, e o general Albuquerque foi nomeado para o conselho da Petrobras.
A escolha do vice-presidente José de Alencar para acumular o cargo de ministro da Defesa foi considerada pelos especialistas em segurança um agrado do governo Lula aos militares, diante da evidente resistência dos militares a um comando civil. Os militares com isso se considerariam tratados como se tivessem uma situação acima das demais áreas do governo.
O vice-presidente, um empresário nacionalista, também era visto como o ideal para negociar com o governo investimentos para reequipamento das Forças Armadas, mas teve uma passagem apagada pelo ministério e acabou forçando a nomeação de um outro ministro, sendo substituído pelo atual, Waldir Pires.
A cada crise envolvendo o ministro da Defesa e as áreas militares, fica mais acentuada a certeza de que, apesar da importância política da decisão, o projeto de passar as Forças Armadas para o controle civil não foi executado plenamente até hoje, com as estruturas militares permanecendo no controle dos postos-chaves das três Forças, como no caso dos controladores de vôo.
E o governo continua não tendo um projeto para a efetiva implantação do Ministério da Defesa. Repetindo o erro inicial do governo Fernando Henrique de nomear um político para a função, o presidente Lula está permitindo que os militares continuem ditando o ritmo da transição, que não se completa nunca. E que regride a cada crise como a do apagão aéreo. A desmilitarização dos setores de segurança não pode ser vista como uma represália, mas como um avanço institucional do país.

Jânio de Freitas
Folha de S. Paulo
Sem ilusão
Não há como esperar alguma coisa respeitável com o sistema de terror instaurado em setores do controle aéreo
DESDE A reunião dos chamados comandantes, na verdade ministros, do Exército, da Aeronáutica e da Marinha com Lula, na terça-feira, é aconselhável poupar-se de afirmações do gênero "o regime civil e democrático está consolidado". Se algo restou dessa ilusão, em favor da qual nem as aparências Lula pôde preservar, estará no Judiciário, pode ser que se mostre no Congresso, mas no Executivo não está. A reunião não marcou apenas mais uma ruptura de Lula com sua palavra e seu compromisso, para não falarmos de honra, dever e autoridade, mas também outras rupturas.Lembremos que as reuniões agendadas para terça-feira, com a temática da crise, eram duas. A primeira, citada mais de uma vez no acordo com os insubordinados assinado, por ordem de Lula, pelo ministro Paulo Bernardo, para negociação com os controladores. Não havia menção oficial ou oficiosa à presença de Lula. A outra, convocada para o Planalto, reuniria Lula com os ministros Dilma Rousseff, Waldir Pires e Paulo Bernardo e o comandante da Aeronáutica, Juniti Saito. Mas, ficou narrado aqui, "a meio do dia [segunda-feira], chamados para conversar com Lula passaram a ser os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica". Agora se sabe que a narrativa mais precisa exclui o chamado presidencial, como iniciativa para a reunião.
Uma das poucas atitudes corretas de Lula nessa historiada, que se arrasta por meio ano, tinha sido não dar margem ao envolvimento de Exército e Marinha na crise. A tradição impôs-se: o poder se divide entre os que precisam e os que não precisam ser chamados para reuniões. Até aquela altura, os assuntos discutidos nas redondezas da Presidência, para exame com Lula na reunião programada (a não realizada), eram maneiras de atenuar o acordo com os controladores de vôo, por protelações, meias palavras e formas de desagravar a Aeronáutica na medida possível. Sem, no entanto, renegar a substância do acordo, tanto que era considerada uma medida provisória referente, embora sem maior precisão, a providências para desmilitarizar o controle aéreo
Assim estava o quadro, na face civil do governo, quando começou a reunião de Lula com os comandantes militares. Ao terminar, o acordo com os controladores não valia mais nada, a desmilitarização estava entregue aos militares que não a querem, e o comando da Aeronáutica voltava a ficar senhor único de todas as questões eclodidas desde a derrubada do avião da Gol pelo Legacy
Alguma dúvida sobre o teor da reunião? Ou sobre a atitude de Lula? Então, passemos a dois efeitos factuais, entre os muitos efeitos, do cenário criado pela reunião. "Aeronáutica retoma controle do tráfego aéreo no país", disse um título da Folha de terça-feira. Retoma, porque a oficialidade do controle abandonou o serviço, que ficou sem coordenação, direção e apoios de sábado até o decorrer do expediente de terça-feira, algumas horas depois da reunião dos comandantes com Lula. Enquanto milhares de pessoas, a bordo de cerca de 500 vôos por dia, tinham suas vidas pendentes da segurança no tráfego aéreo. Mas, como também indica a tradição, há abandono de serviço e abandono de serviço, mesmo que ambos abalem a segurança pública ou a segurança nacional.
Em vários dos setores do controle aéreo instaurou-se, e prevalece, um sistema de terror. Ameaças constantes de prisão e algemas, presença da polícia da Aeronáutica nas salas de controle, vigilância até para ir ao banheiro. E, como já ocorria e foi uma das causas da insubordinação, controle individual de número de aeronaves além não só das regras, mas da segurança aérea. Não há como esperar que disso tudo saia alguma coisa respeitável.


Informe JB
Jornal do Brasil
Lula é quem faz a festa no PMDB
O presidente Lula confirmou presença na residência oficial da presidência do Senado, próxima quarta-feira, quando Renan Calheiros receberá cerca de 170 peemedebistas para um jantar.
Trata-se da festança oficial de pacificação do PMDB. Estão convidados todos os 100 deputados, 20 senadores, sete governadores, cinco ministros, dois prefeitos de capital e 27 presidentes de diretórios regionais, entre outras figuras com alguma expressão no partido, como os ex-presidentes da legenda Paes de Andrade (CE) e Maguito Vilela (GO).
Uma festança para ninguém botar defeito, cujos convites começaram a ser distribuídos ontem. Renan, como anfitrião, assinou, e Michel Temer, como presidente do partido, mandou imprimir e pagar os convites. Além disso, pagará o jantar.
Não só para não serem acusados de uso da máquina pública do Senado mas também como simbologia de que os dois - que tanto brigaram na última convenção nacional do partido e na indicação dos ministros durante a reforma ministerial - agora estão em paz.
Bem, podem não estar morrendo de amores um pelo outro. Até porque, nos bastidores, a bancada do Senado e a bancada da Câmara estão disputando, palmo a palmo, o butim dos cargos de segundo escalão. Mas pelo menos resolveram parar de brigar publicamente, depois que o presidente Lula decidiu incorporar ao governo ambas as alas do partido.
Um deputado ou outro haverá de estrilar aqui ou ali, por um carguinho que perdeu ou que deixou de receber. Ou por causa de uma emenda ao Orçamento ainda não liberada. Mas a grande maioria deles estará lá, na festança da quarta-feira, posando para a foto ao lado do presidente da República, do poder.
E, sobretudo, na festança governista que Lula pretende promover nos painéis de votação do Congresso daqui para a frente.
Luta por cargos
A coluna procurou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), e fez a seguinte pergunta:
- Com os deputados reivindicando espaço igual aos dos senadores no governo, isso dobraria o número de cargos de segundo escalão para o PMDB. Será que Lula cede?
Resposta: - Só estou preocupado em defender o espaço dos deputados do PMDB. Essa é a minha função.
Ou vão acabar tirando espaço dos senadores?
Não estou olhando para o Senado. Só me preocupa o espaço para os deputados.
Comissão julgadora
Está marcada a primeira reunião dos juízes dos cargos. A comissão encarregada por Lula de discutir a distribuição do segundo escalão marcou reuniões para segunda-feira e terça-feira. Não só para trata dos cargos de segundo escalão que caberão ao PMDB, mas a todos os partidos da base. Vão chamar os presidentes e líderes aliados para discutir a lista de pretensões de cada bancada, fazer os cruzamentos e decidir quem fica com o quê.
Transpetro calma
O ex-senador Sérgio Machado (PMDB-CE) deve continuar no comando da Transpetro. Deputados e senadores do partido comunicaram ao Palácio do Planalto que não há briga interna no PMDB pelo cargo. As pressões do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para tirar Sérgio Machado foram provocadas por um pedido do PT cearense. Lula mandou avisar que dia 11 estará no Rio para solenidade de assinatura de encomenda de navios. Uma forma de mostrar que não pretende substituir Machado.
Porteira aberta
O peemedebista Reinhold Stephanes recebeu a pasta da Agricultura já informado de que terá que manter o presidente da Embrapa e aceitar indicados de Blairo Maggi (PR) para secretário de Defesa Sanitária e presidente da Conab.
Esse Zé Dirceu...
Olha a pérola que o Zé Dirceu postou no seu blog: "O secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda anda dizendo que o governo não vai gastar mais. Investir, ele quer dizer. Mesmo que arrecade mais. Não sei em que país vive o senhor Nelson Barbosa. E a qual governo ele serve. Será que ele não está vendo a falta de recursos para modernizar o controle aéreo do país? Não está vendo a falta de recursos para os índios, o meio ambiente, a Justiça e o sistema penitenciário? Assim não dá". Dirceu acaba de comprar mais uma briga feia. Nelson Barbosa participou da montagem do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e coordenou a parte econômica da campanha pela reeleição de Lula.
Que contas?
Sabe aquelas prestações de contas anuais de todo presidente da República? Elas vão para o tribunal de Contas, que as aprova ou rejeita. Ou aprova com ressalvas. É o caso das contas do governo Lula e do último ano de Fernando henrique Cardoso. Todas, desde 2002 até agora, aprovadas com ressalvas. Mas o mais curioso: nenhuma delas foi votada pelo Congresso . Estão paradas lá. Mais: Junto com as contas do governo Fernando Collor e um pedacinho da administração Itamar. 1990, 1991 e 1992. Nunca votadas!
Em cima da Funasa
Ontem, o plenário do Tribunal de Contas da União impugnou licitação para contratação de transporte aéreo no Amazonas pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa). O órgão acaba de perder seu presidente, o peemedebista Paulo Lustosa. Mas o sucessor confirmado, Danilo Fortes, sempre foi o homem-forte do PMDB por lá.
Abin chama MST
Em palestra na ESG, o superintendente da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em Roraima, Gelio Fregapani, pediu que o MST ocupe o Estado. Para evitar que, vazio, o território brasileiro nas lonjuras amazômicas seja tomado por estrangeiros.



Eliane Cantanhede
FOLHA DE SP
Pôquer
Todos avaliam as próprias forças, enquanto blefam com os adversários. Os líderes dos controladores alardeiam que não estão nem aí para os seus empregos e para os IPMs (inquéritos policiais militares). O Planalto e a Aeronáutica juram que têm um "plano B" para a hipótese de nova greve. Há controvérsias nos dois casos, porém.
No dos controladores, o mapeamento do motim de sexta-feira mostra: a minoria que estava de plantão foi quem parou, e a maioria dos que estavam de folga preza muito, sim, seus empregos. Até porque eles sabem que, condenados, não só estarão sujeitos a penas de 4 a 8 anos de prisão como não poderão jamais ter outro emprego público, a não ser com anistia.No caso do Planalto e da Aeronáutica: nem mesmo as cúpulas das Forças Armadas têm certeza de que o "plano B" é consistente e capaz de manter os aviões voando, porque tudo depende do número de controladores que vierem a aderir a uma nova greve. O mapeamento da Aeronáutica é com base em hipóteses, não em pesquisa direta nem em ação objetiva. Ou seja: a questão, além de política e grave, está num estágio de avaliação quase aritmético. Se os controladores militares conseguirem a adesão de 10%, o tal plano do governo tem boas chances de funcionar, com "prejuízo dos usuários, mas não o caos do dia 30", como dizem oficiais da Aeronáutica. Mas, caso a adesão chegue a 30% ou 40%, não haverá contingente suficiente para cobrir a lacuna, mesmo com os da reserva e os de defesa militar.
Se os dois lados não sabem e estão num jogo de pôquer, com seus trunfos, ciladas e blefes, imagine se você vai saber? Não, não vai. Nós e eles todos só vamos realmente saber quando, e se, estourar o novo apagão. Até lá, boa Páscoa e boa viagem! Sem ironia.
Só faltava o ACM na base aliada do Lula. Não falta mais.

Dora Kramer
ESTADO DE SP
Estaca zero
O governo diz que tem um plano B para se prevenir de novas investidas por parte dos controladores de vôo, mas, como gosta de dizer o presidente Luiz Inácio da Silva, “o dado concreto” é que não há solução à vista para a crise aérea.Por enquanto, o que se tem é apenas a promessa dos controladores de uma trégua no feriado desta semana. Greve explícita como a de sexta-feira, os sargentos também não têm mais moral nem força para fazer. Neste aspecto, o presidente da República fez o que deveria ser feito: repôs as coisas no lugar, recompôs a autoridade militar e parece ter entendido que o ato de governar pressupõe antes de tudo o respeito à lei. Até então, tal evidência não estava muito presente na mente de Lula como informa, por exemplo, a naturalidade com que ele aceita a sistemática e impune quebra da legalidade dos movimentos dos sem-terra.A salutar enquadrada dos comandos militares, sem politização da questão nem contestação à instituição Presidência da República, garantiu o ordenamento legal e, a despeito do estoque de insatisfações nas Forças Armadas, debelou o ambiente de crise aguda. Mas, daí a falar em normalidade do sistema de tráfego aéreo vai uma distância enorme. Não há tumulto, mas a situação é a mesma de quinta-feira passada. Antes do motim, havia apreensão, desinformação e incertezas. Este quadro por ora não foi alterado. A estaca voltou ao zero.
As questões que resultaram na série de sabotagens sistemáticas aos pousos e decolagens de aviões continuam em aberto. Se não há negociação possível - e não há, porque comandante militar não negocia com subordinado -, é de se perguntar o que exatamente o poder público pensa em fazer para evitar a repetição das ocorrências que marcaram os últimos seis meses de caos nos aeroportos.
A cobrança pela explicitação da solução - ou pelo menos de um plano de ação - não traduz uma posição de retrovisor. Que o governo errou, e errou feio ao menosprezar os efeitos de uma crise achando que o que não concerne aos mais pobres não é problema do governo Lula, até os aliados do presidente reconhecem.
A responsabilidade pelo passivo de inépcia está estabelecida, agora é olhar para a frente.
Mas olhar adiante não implica desconsiderar a realidade. Esta não autoriza minimamente a tranqüilidade dos passageiros, seja no que tange a horários de partidas e chegadas, seja em relação à segurança dos vôos.
A confiabilidade do sistema está solapada e nada, além de discursos e garantias de oratória, foi dito ou demonstrado para se pensar em recuperação.
Ao contrário: do passado, é preciso levar em conta as repetidas vezes em que o governo se disse no controle da situação. E do presente, a frase em portunhol de Mussum -“se quedem tranquilis” - mostra o mais triste: Lula continua fazendo piada com o infortúnio alheio.
De traições
O conceito de traição pressupõe o pré-requisito da confiança. Neste aspecto, os controladores de vôo têm mais razões que o presidente Lula para se considerarem traídos, pois firmaram um acordo avalizado por Lula e, ao presidente, jamais empenharam palavra alguma sobre suas intenções.
Há meses vinham sabotando a rotina dos vôos para deixar patente a crescente insatisfação.
Se é verdade, como se alega, que o governo o tempo todo tinha perfeita noção de suas ações, não desautorizou a Aeronáutica e seguiu um roteiro previamente estabelecido, aí incluído o recuo posterior, o acordo nunca foi para valer.
Se o objetivo era ganhar tempo, os negociadores de sexta-feira embromaram seus interlocutores de negociação. Pode até valer como tática para transpor o obstáculo na emergência, mas não vale como recíproca de confiança.
“Modus operandi”
Na próxima terça-feira, dia 10, sai uma pesquisa CNT/Sensus com o registro da opinião do público sobre a crise aérea.
Caso não sejam constatadas alterações na popularidade do presidente Lula, não faltará no governo quem diga que a repercussão negativa foi obra de preconceito e que, mais uma vez, a imprensa “perdeu”.
Se, ao contrário, os índices de aceitação tiverem oscilado para baixo, aí sim, o brasileiro pode nutrir esperanças de que o presidente, finalmente, levará o assunto a sério e agirá.
No sentido de providenciar a recuperação da popularidade que, à falta de credibilidade de desempenho e de confiabilidade ética e administrativa da coalizão partidária, sustenta o governo.
À galega
A alegação do presidente de que precisa “construir uma solução” para justificar a demissão do ministro da Defesa não está à altura do apreço que Lula diz nutrir por ele.
Já não há mais saída digna possível. O ministro foi exposto ao papel de bode expiatório (sem prejuízo da inestimável contribuição de seu desempenho para tal) de uma crise de ausência geral de gestão e continua na mesma posição.

Clóvis Rossi
Folha de S. Paulo
Ficam os anéis, ficam os dedos
Deu no noticiário on-line do "Valor Econômico": "O PP reconduziu ontem para seus quadros de direção quatro personagens dos últimos escândalos de corrupção nos quais o partido esteve envolvido. Os ex-deputados José Janene (PR), Pedro Corrêa (PE) e Severino Cavalcanti (PE), além do deputado Paulo Maluf (SP), ex-prefeito de São Paulo, foram reconduzidos para compor a Executiva nacional do PP. Janene ainda foi reconduzido ao posto de tesoureiro da legenda. A sigla é importante peça dentro da coalizão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ocupa o Ministério das Cidades, um dos mais prestigiados da Esplanada".À Folha, Mário Negromonte (BA), o líder do partido na Câmara, disse: "Temos que deixar no passado as coisas ruins". Recomendou ainda "dirigir o carro sem olhar no retrovisor". A mesma edição da Folha relatava o incidente envolvendo miss Paraná, Jéssica Pereira, durante visita aos presidentes do Senado, Renan Calheiros, e da Câmara, Arlindo Chinaglia, de um grupo de candidatas a Miss Globo Internacional.
Jéssica deixou a bolsa, com celular, maquiagem e "outros pertences" em uma poltrona bem em frente à sala de Renan. A bolsa desapareceu. Foi, aliás, o segundo caso em duas semanas.
Cuidadosa, diplomática, quando questionada pelo site G1, das Organizações Globo, sobre se esperava que pudesse ocorrer um fato como esse dentro do Senado, a menina desviou-se: "A gente pensa nisso, mas pode acontecer com qualquer pessoa em qualquer lugar".
Jéssica disse ainda ter ficado "meio chateada, mas a gente tem que seguir em frente. Como se diz: vão-se os anéis, ficam os dedos". Faz sentido. Está seguindo o conselho de Negromonte, de não olhar no retrovisor. É um bom conselho, porque, no caso do PP, ficaram os anéis, os dedos e tudo o mais.


Celso Ming
O Estado de S. Paulo
O atraso dos juros

O Banco Central vem, sim, cometendo erros na avaliação do comportamento dos preços e por isso fixa os juros acima do que seria preciso para garantir o centro da meta de inflação que, neste ano, é de 4,5%. Mas esse atraso é irrelevante na valorização do real.
A demissão do desafinado secretário de Política Econômica da Fazenda, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, não vai arrefecer as críticas, agora não mais com o argumento de que juros altos travam o crescimento, mas de que estão derrubando o dólar a níveis incompatíveis para a produção.
No ano passado, a meta de inflação foi de 4,5%, mas os preços subiram apenas 3,1%. Ou seja, os juros poderiam ter sido mais baixos. Nesse caso, mais dinheiro na economia puxaria os preços, mas a inflação ainda assim ficaria na meta. Neste ano, o problema se repete. As projeções apontam uma inflação à altura dos 3,8%, o que parece indicar que os juros podem ser mais baixos sem prejuízo para a política de metas.
A defesa do Banco Central é tecnicamente irretorquível. A economia não é uma lancha que responde em segundos a uma manobra do piloto. É um transatlântico que tem de preparar uma curva milhas antes. Uma mudança nos juros leva entre quatro e seis meses para produzir efeito e há sempre fatores fora de controle, como mudanças dos ventos internacionais ou altas ou baixas repentinas em commodities importantes, como o petróleo.
Por isso, na execução do sistema de metas, é raro a mosca do alvo ser atingida. Como os desvios são normais, existe o intervalo de tolerância, que no Brasil é de 2 pontos porcentuais. Ou seja, neste ano, a inflação estará dentro da meta se ficar no intervalo entre 2,5% e 6,5%. Assim, não haveria do que reclamar na política de juros se a inflação ficasse ao redor dos 3,5%, como apontam as projeções. Enfim, erros assim do Banco Central são do jogo.
Mas o Banco Central tem cometido erros que poderia evitar. Um deles é subestimar o efeito China, a queda dos preços dos industrializados como efeito do aumento da oferta de mercadorias asiáticas obtidas a baixo custo de mão-de-obra e de capital. Outro, relacionado com o anterior, é subestimar o efeito câmbio no mercado interno. A queda do dólar conjugada ao aumento das importações está murchando a inflação. Por subestimar esses dois dados, o Banco Central erra nas projeções dos preços administrados, cuja trajetória é determinada por regulamentações e não pela lei da oferta e da procura.
Na execução da política monetária dos dois últimos anos, acumularam-se indícios de erros assim, nem sempre corrigidos. Mas, mesmo que o Banco Central esteja atrasado, os juros altos não explicam a queda do dólar. Esse atraso não seria mais do que de um ou dois pontos porcentuais nos juros básicos (Selic). E, mesmo se o Copom reduzisse a diferença, o efeito dos juros sobre o câmbio seria pequeno, porque são outros os fatores que vão derrubando o dólar. O mergulho do prêmio de risco (agora a 165 pontos) tem mais a ver com a valorização do real do que os juros.


Carlos Heitor Cony
Folha de S. Paulo
Fiéis e infiéis
A fidelidade partidária parece que desta vez emplaca. Está sendo saudada como a panacéia para acabar com um dos males da política nacional, o troca-troca de partidos de acordo com os interesses pessoais de cada eleito.
Os mandatos não mais seriam patrimônio pessoal dos deputados, senadores e vereadores, mas do partido. Quem não se sentisse confortável em determinada legenda, perderia a representação, dando vaga a um suplente da mesma agremiação.
Em tese, nada mais justo e democrático. O problema é que, apesar da pulverização das siglas, não dispomos realmente de partidos, embora todos eles tenham programas -que ninguém lê e que dificilmente são seguidos pelos seus membros. O PT seria uma exceção, pelo menos tentou ser uma exceção até bem pouco tempo. Seu fundador, o atual presidente da República, é o primeiro a violentar as mais importantes cláusulas do programa.O antigo Partido Comunista Brasileiro também tinha um programa que era obedecido pelos seus membros. O mesmo acontecia com a finada Ação Integralista Brasileira. Ambos eram programáticos: votava-se primeiro na legenda, depois é que se pensava nos candidatos (nos tempos do integralismo, não havia eleição, mas, se houvesse, os militantes saberiam em que estavam votando).
Devolver os mandatos ao partido seria o ideal na prática política e eleitoral, mas a realidade é que, no Brasil, ninguém vota em partido. Vota em candidatos que, por isso ou aquilo, empolgam o eleitorado.No momento, não me lembro a que partido pertence o deputado Clodovil. Teve excelente votação pessoal, os que nele votaram se lixaram para o partido que o abrigou. Digamos que Clodovil decida mudar de partido e perca o mandato. Como ficarão os eleitores que nele votaram?
DF
Correio Braziliense
Dividir para sustentar
Da mesma forma que o presidente Lula precisou montar uma base política com todos os partidos para garantir apoio no Congresso, há quem diga que chegou a hora de cada ministro formar a sua rede de proteção. Em português claro: nessa história de distribuição de cargos entre todos os partidos da base, já tem gente dizendo que, se o ministro mantiver seus postos de segundo escalão só para os seus correligionários, não terá quem o defenda na hora que precisar de aliados no Congresso. Ou seja, o sujeito que tiver só a sua turma, não terá apoio das outras. Talvez por isso, o PMDB já tenha feito a sua fezinha na divisão dos cargos com os aliados: “O presidente decidiu que cada ministro será responsável pela sua equipe. É claro que o PMDB vai querer alguns postos nos seus ministérios, mas isso não significa que não possamos promover alguma troca ou atender a algum partido da coalizão. O PMDB não criará problemas nessa questão”, comentou o líder do partido na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN).
Conversas presidenciais I
Em recente conversa com parlamentares petistas, o presidente Lula foi informado que, em termos de reforma política, dois terços da bancada deseja a eleição por lista. A briga é que tipo de lista: uns querem a lista fechada, ou seja, o partido decide a ordem dos deputados. Outros preferem a lista flexível, isto é, a votação de cada um no último pleito garantiria o seu lugar na lista partidária. Lula nem piscou. Não pretende ser candidato a deputado. Conversas presidenciais II
O presidente só se pronunciou quando o assunto foi o mandato presidencial. Lula disse que prefere cinco ou seis anos, sem direito à reeleição. Antes que as más línguas vejam segundas intenções, Lula foi categórico ao dizer que não quer saber de um terceiro mandato. Pelo menos, consecutivo. Inimigo meu
Um dos motivos por que Lula não troca o ministro da Defesa, Waldir Pires, por Aldo Rebelo (PCdoB-SP) tem relação direta com o PT paulista. É de lá que vem a maior pressão para que o ex-presidente da Câmara não volte à ribalta e, bem-sucedido, se apresente com força para disputar a prefeitura no ano que vem.
Rasteira
Conforme avisado ontem por esta coluna, o deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE) — aquele que foi ao Tribunal de Contas da União pedir cópia das auditorias na Infraero no Tribunal — perdeu a relatoria da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Quem faturou a vaga foi o deputado João Leão (PP-BA). O PT alegou que a ordem do Palácio do Planalto é dividir, ao máximo, espaço com os partidos da coalizão. E para vice-líder do governo no lugar de Leão, foi indicado o deputado Valter Pinheiro (PT-BA), como uma compensação por não ter sido ministro do Desenvolvimento Agrário. Paulo Rubem, presidente da Frente Parlamentar de Combate à Corrupção, ficou a ver navios.
Coração de mãe
O governo criou uma nova vaga de vice-líder do governo na Câmara para abrigar o deputado Gilmar Machado (PT-MG), ex-presidente da Comissão Mista de Orçamento. Já no Senado, a líder do governo, Roseana Sarney (PFL-MA), quer a mesma coisa: abrir um novo posto de vice-líder na Casa. No cafezinho
Idade é covardia!/ A disputa pelas duas vagas do PMDB no Parlamento do Mercosul foi tão ferrenha que houve empate para o segundo lugar, entre a deputada Íris de Araújo (GO) e César Schirmer (RS). Quando o critério de desempate foi decidido — a vaga caberia ao mais velho —, o deputado Eunício Oliveira (foto) saiu-se com esta: “Vai que é tua, Schirmer. A Íris não vai revelar a idade nunca!”. Coincidência ou não, a deputada, que já vice-presidente nacional do PMDB, cedeu a vaga ao gaúcho e ficou como suplente do partido no Mercosul.
O conselheiro/ Entre aqueles que vêem maldade em tudo, houve quem percebesse um quê de intriga no que vazou da conversa do senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA) com o presidente Lula. Tipo assim, “não acredite tanto no que lhe diz o PMDB”. Até parece que Lula não sabe.
Por falar em PMDB…/ Depois dos senadores do PT, Lula jantará com os peemedebistas na próxima quarta-feira. O encontro será na residência oficial do Senado, ocupada atualmente pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Ontem foram expedidos os convites para os cinco ministros, os sete governadores, os 92 deputados, os 20 senadores e outros ilustres. Pelo que se comentava à boca pequena, o convescote será financiado pelo PMDB, mas, oficialmente, ainda não foi esclarecido quem pagará a festança, o partido ou o Orçamento do Senado.
Golpe baixo/ Passada a quarta-feira sem paralisação total nos pousos e decolagens, a turma ligada ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, responsabilizava a oposição por espalhar o boato de um novo apagão aéreo só para não ter quorum ontem. E dito e feito: nada foi votado.


Ari Cunha
Correio Braziliense
Hierarquia assegurada
Presidente Lula se opôs a qualquer punição que atingisse os controladores de vôo. Estava aberta a porta para a indisciplina. Companhias estrangeiras passaram a monitorar seus aviões em céus brasileiros. Um aparelho americano recebeu ordens para sobrevoar parte do Brasil esperando oportunidade para tomar a direção do seu país. O comandante entrou em contato com a torre americana e recebeu ordens para voar em aerolínea livre. Informou à torre de Manaus que iria voar orientado pelo seu país. E foi embora. Naquele momento a classificação da aviação brasileira sofreu forte golpe e poderia ser rebaixada da maior segurança onde se situa faz anos. E os controladores ameaçaram paralisação. Chegando ao Brasil havia promessa do presidente Lula de receber os amotinados. O bom senso da Aeronáutica prevaleceu com o apoio das Forças Armadas. Foi quando o presidente Lula declarou que ”com a faca no pescoço” o governo não decidiria. Abortou o movimento de insubordinação, e a disciplina voltou ao ambiente. Mas nem tudo está debelado porque existe a indisposição entre os civis com obediência à Aeronáutica. Cabe ao país defender a tranqüilidade que tem aviltado a existência da população que se transporta todos os dias.
A frase que foi pronunciada
“Ministro não precisa ser um Pelé. Precisa ser bom técnico para ganhar o jogo.”
Ministro Luiz Fernando Furlan se despedindo do governo e dando conselho a quem estava presente
Mudanças Armando Monteiro Neto não faz segredo. O presidente da CNI entende que a economia tem vivido processo de estagnação porque não se fazem as reformas. Sugere que, em caso de não se fazer reforma estrutural, convém introduzir agora melhorias no sistema tributário, sem apenar investimentos.
Embaixador Não é só Jaraguá, Brasília também sofre a morte do embaixador Celso Machado. Figura querida, pioneiro de Brasília, originário de família com a maior ligação com a construção da capital, sempre foi sincero em dizer e alegre em conversar. Procurador aposentado, jamais abandonou os amigos. Queria bem aos que dele gostavam ou dizia o que quisesse contra os que assim não procedessem. Vai-se Celso Machado. Seu exemplo fica em família e entre os amigos. Foi um grande exemplo de vida.
Novidade Apresentado pelo senador Sergio Zambiasi projeto de lei que obriga a identificação do apostador de loterias administradas pela Caixa. A idéia é inscrever o CPF no ato da aposta para evitar que os jogos continuem como lavanderias de dinheiro escuso.
1000 Minas e São Paulo mobilizam 1.000 vozes para a missa que o papa Bento XVI vai celebrar em São Paulo. Padre Jonas Abib e Marcelo Rossi estão empenhados na ajuda ao maestro Ricardo Mielli. As partituras já foram distribuídas em todas as paróquias.
Soltos Para inflar a musculatura ou dançar numa festa por 12 horas completamente alucinados, os jovens buscam as lojas de produtos veterinários. Vigilância Sanitária, Ministério da Agricultura, Polícia, todos estão atentos para reagir. Festas rave são o ponto de encontro onde a burocracia governamental tudo permite.
Censo 2007
No primeiro censo agropecuário do século XXI, os jovens recenseadores vão operar num questionário digital em um computador de mão. A transmissão dos dados é direta. A pesquisa começa em Mato Grosso e, até o dia 16 de abril, será estendida a todo o país. Daniel Ioshiteru Kinpara, especialista da Embrapa, explica que os dados definirão o destino das linhas de pesquisa.
Pedras Em busca de frear o tempo, pelo menos na aparência, há novidades no mercado. A Hair Brasil, Feira de Beleza que começa no dia 13 em São Paulo, traz pedras preciosas em creme que substituem preenchimento injetável. Turmalina e cristais são a atração.
História de Brasília
Nestes casos, é sempre bom que se digam os nomes: as caixas de contrabando traziam o nome do engenheiro Anastácio Maia, encarregado das obras da construção de Orós. Em outras, havia o nome de Cezar Fiúza, comerciante estabelecido em Fortaleza. (Publicado em 18/11/1960)




Alberto Tamer
O Estado de S. Paulo
Brasil acerta e se aproxima dos EUA
Apesar do desentendimento quanto à exploração de petróleo no Irã, a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirma a abertura que o Brasil está dando nas suas relações com os Estados Unidos. Lula tem se afastado de Hugo Chávez - sabe-se agora que o presidente venezuelano deu assistência jurídica à Bolívia na desapropriação de refinaria brasileira - e há um clima novo quanto aos EUA. Isso é importante, representa um grande passo a frente.
No cerne desse novo relacionamento, está o álcool. Lula queixou-se da tarifa de importação de 0,54% por galão imposta pelos EUA. Mas tanto Bush quanto Lula sabem que o Brasil não tem como suprir a demanda americana nem hoje, nem em 2008. Produzimos 18 bilhões de litros, consumimos 14,1 bilhões. Exportamos 2 bilhões para os EUA, com uma receita considerável mas apenas porque porque os preços aumentaram. Não poderíamos exportar mais. Este é o momento de instalar novas usinas e ampliar o plantio de cana.
EUA TERÃO DE IMPORTAR
Só para avaliar o gigantismo da demanda americana, para substituir 15% da gasolina por álcool, os EUA precisam de 132 bilhões de litros! Eles serão obrigados a importar compulsoriamente, pois sabem que não pode usar amplamente o milho como fonte produtora de álcool por causa do risco da inflação. Os preços dos alimentos à base de milho já estão muito elevados. E mesmo que produzam combustível alternativo de outras, jamais conseguirão atender à demanda.
AGORA, INVESTIR E PRODUZIR
Dessa forma, o que temos de fazer é instalar novas usinas, atrair investimentos externos que já estão vindo para esse setor. Assim, nos transformaremos no maior exportador de álcool e sua tecnologia para o resto do mundo. Tem havido uma grande atenção sobre o imposto americano. Os EUA são nosso principal mercado, mas não são os nossos importadores finais. Está aí o primeiro-ministro italiano pedindo apoio do Brasil, estão aí a China e o Japão, já investindo em alcooldutos. A União Européia, como um todo, será a retardatária, pois está assomada por sua bizarra crise de consciência. Faz ressalva ao uso do álcool porque teme pela redução de produção de alimentos o que prejudicaria os países mais pobres que vierem a substituir lavouras por cana-de-açúcar... Ressalvas também feitas por Hugo Chávez e Fidel Castro. A Itália e outros países da comunidade já disseram não acreditar nesse risco. Ainda mais a Europa que se encontra em posição vulnerável quanto ao abastecimento de petróleo e gás do Oriente Médio e Rússia, não poderá afastar essa nova opção criada pioneiramente pelo Brasil.
ESTAMOS INDO
Hoje, estima-se que em 2012 o Brasil estará produzindo de 30 a 35 bilhões de litros, permitindo, então, triplicar ou até mesmo quadruplicar as exportações sem prejuízo do abastecimento interno. Começamos muito mais cedo e eles apenas ensaiam agora os primeiros passos de uma longa caminhada para substituir gasolina por álcool. Poderíamos mesmo atender à grande parte da demanda americana se o próximo governo fixar uma cota de 15% sem o imposto atual.
ÁLCOOL É MUITO MAIS
É preciso ficar atento para um fato muitas vezes esquecido. Produzir 30 bilhões de litros implica em aumentar consideravelmente a demanda interna de produtos industriais e, além disso, irrigar o campo com um afluxo de recursos jamais visto em prazo tão curto de tempo. Isso é o extraordinário álcool. Mesmo antes das usinas estarem operando, a riqueza está chegando ao campo, que pode se transformar em novo fator interno de crescimento.
ESTAMOS CERTOS
Em resumo, estamos no caminho certo. Fechar grandes acordos com países desenvolvidos ou emergentes sedentos pelo novo combustível. Tem surgido entrevistas bizarras de economistas e técnicos que falam apenas para aparecer nos jornais. Uns, invocam a preservação do meio ambiente, a ameaça à Amazônia ignorando, ou pretendendo ignorar, que o solo amazônico não se presta a essa cultura. Outros, que vai faltar ou encarecer alimentos pela substituição de culturas. E ainda os eternos pregadores da carência de álcool para o mercado interno com privilégio para a exportação. Aí estão a Petrobrás e as usinas prontas para fazer estoques estratégicos. Mais ainda, nosso consumo interno não crescerá na mesma proporção do externo, isto é, com uma produção esperada de 35 bilhões de litros, não faltará álcool para o Brasil.
Resumindo estamos sim no caminho certo nos esforçando para aumentar a produção, num círculo virtuoso de investimentos externo e interno, produção, geração de emprego, aumento do consumo e daí mais produção. Tudo isso estimulado pelo que sempre esta coluna defendeu, a estratégia de usar o sequioso mercado externo para trazer recursos e promover um crescimento sustentável.
A porta está aberta e já passamos por ela. Não há nada que nos impeça de avançar, pois todos os argumentos desfavoráveis já foram desmoralizados. É seguir em frente lembrando sempre que não só os EUA, mas o mundo espera por um álcool que só nós temos como produzir em grande escala e a preços competitivos



Sônia Racy
O Estado de S. Paulo
Com a saída de Gomes de Almeida, Fazenda se alinha ao BC
Diferentemente do que muitos acreditavam, o ministro Guido Mantega caminha, cada vez mais, para posições alinhadas com o pensamento mais conservador. A saída de Júlio Gomes de Almeida do cargo de secretário de Política Econômica é um sinal disto. Afinal, Gomes de Almeida simplesmente repetiu, anteontem, o que vem dizendo há anos, dentro e fora do governo Lula. Não há nenhuma novidade ou surpresa em relação às suas declarações. O economista sempre achou que câmbio e juros estão fora de lugar e, em toda oportunidade que teve, disse isso de forma indireta ou, então, como esta semana, com todas as letras.
O fato é que Mantega, ante as declarações de Gomes de Almeida, que se contrapôs às de outro secretário, Nelson Barbosa, aproveitou o ensejo e resolveu aceitar o pedido de demissão feito na segunda-feira. Não é de hoje que o agora ex-secretário vem conversando com Mantega sobre sua intenção de deixar o ministério. Isso vem ocorrendo pelo menos desde dezembro do ano passado. Por quê? Por diversos motivos. Parte das medidas montadas pelo economista, como a conta salário, foram desvirtuadas. Sugestões sobre política econômica não andaram. E, pessoalmente, Gomes de Almeida teve problemas de saúde. Passou boa parte do mês de fevereiro de cama, com uma forte pneumonia.
Não se sabe exatamente o que pode mudar com o retorno de Bernard Appy para a Secretaria de Política Econômica e com o convite a Nelson Machado para ocupar a Secretaria Executiva do Ministério. Reforma tributária? Doze entre dez tributaristas de renome não acreditam que ela possa ser feita neste ou nos próximos governos. A falta de sintonia entre União, Estados e municípios em relação ao que fazer é quase histórica. Alguns ajustes devem sair do papel, mas poucos, diante do que o País precisa para ter uma tributação eficiente e que não onere o setor produtivo. Previdência? Nesta questão, o presidente Lula foi claro: não vai mexer nisso, preferiu mexer na forma de cálculo do déficit previdenciário que hoje é menor. Agora, que as relações entre BC e Fazenda vão melhorar, lá isso vão.
IMPRESSÃO DIGITAL
Alfredo Setubal, presidente da Anbid, levou esta semana ao presidente da CVM, Marcelo Trindade, um balanço das iniciativas da associação dentro do programa de educação continuada do setor. Além de ter lançado a versão online do exame de certificação para profissionais que trabalham em agências bancárias ou que lidam com investimentos financeiros, a Anbid contabilizou em março um número recorde de 575 instituições financeiras, entre bancos, corretoras, assets, cooperativas de crédito e consultores, participando do programa.
E um total de 25 mil profissionais certificados no ano passado, quase o dobro do número registrado em 2005.
NA FRENTE
FINALIZADO
O Banco Safra concluiu a captação de R$ 300 milhões a serem liquidados em dólares. A emissão em reais é a de prazo mais longo já realizada por um banco brasileiro.
Os papéis são de 10 anos, com juros semestrais à taxa de 10,875% ao ano e preço de emissão de 99,253%.
NO AR
A Air China anuncia, semana que vem, sua primeira freqüência São Paulo-Pequim.
NO AR 2
Apesar do preço pago pela Varig - quatro vezes maior que o desembolso do Fundo Matlin -, a Gol conseguiu um “escudo” contra o alcance das ações trabalhistas da empresa.
O que está fazendo alguns funcionários da Varig pensarem que estava tudo acertado desde o começo.
MATURIDADE?
Os mercados brasileiros nem sequer piscaram com as mudanças no Ministério da Fazenda.
Estão mesmo preocupados com o número que o Departamento do Trabalho dos EUA irá divulgar amanhã para o payroll de março.
GIGANTE
Entrou em operação ontem a maior bolsa de valores do mundo e a primeira transatlântica: terá uma média diária de negociação acima de 78 bilhões, 4.500 empresas cotadas e presença em sete das maiores cidades do mundo. Cinco na Europa.
Trata-se da fusão da Nyse com a Euronext, o que significa a união dos mercados de Nova York, Paris, Amsterdã, Bruxelas, Londres, Lisboa e Chicago.
GUERRA
A CEF está licitando um novo fornecedor de vale-refeição. E os empresários do ramo estão atentos. Acham que na licitação não há exigência de comprovação de solidez financeira compatível para quem vai receber mais de R$ 1 bilhão para administrar.
Quatro competidores chegaram a pedir anulação da licitação. Como não foram atendidos, já estão se preparando para uma batalha.
ACELERADO
O impostômetro criado pela Associação Comercial de São Paulo não pára. De 1º de janeiro até a tarde de ontem, os impostos pagos no Brasil já estavam batendo na casa dos R$ 442 bilhões. Ou quase R$ 1.200 por brasileiro.
Considerando apenas São Paulo, os impostos já somam quase R$ 91 bilhões, ou R$ 2.245 por pessoa.


Tereza Cruvinel
GLOBO
O tranco e seus efeitos
Os feriados da Páscoa chegam com o sobressalto da semana dissipado. Problemas há, mas o pior passou nesta crise militar gerada pela crise da aviação civil - apesar do ceticismo dos brasileiros quanto à normalidade do sistema, prometida pela Aeronáutica. Aos protagonistas do episódio, do presidente da República aos sargentos, cabe tirar lições do episódio. Nele, o presidente Lula executou uma de suas mais bruscas manobras de reposicionamento político. Mas também a Aeronáutica fez valer o ditado: "Porta arrombada, cadeado nela". Está fazendo agora tudo o que não fez em seis meses de crise no setor.
O débito, é bom dizer, é do comandante anterior, brigadeiro Bueno, e não de Juniti Saito, que entrou há pouco, pegou o temporal e está saindo fortalecido.
Entre sexta-feira à noite, quando o ministro Paulo Bernardo optou pela negociação com os controladores rebelados - depois de Saito admitir que a Aeronáutica não tinha plano B para o caso de uma greve geral após as prisões - e a tarde de terça-feira, quando o mesmo Paulo Bernardo avisou-os de que o acordo caducara (por força da reação dos militares), o presidente Lula executou sua mais brusca mudança de conduta no governo. Na véspera, em reunião com os comandantes das três armas, deve ter vivido um de seus momentos mais difíceis. Mais uma vez, ele explicitou sua criticada facilidade para mudar de posição, faltar a compromissos e abandonar aliados, em nome de seus objetivos políticos. Mas pode-se ver também nessa disposição para retroceder e trocar de caminho a abertura para corrigir erros em nome do interesse público - ainda que isso lhe custe danos à vaidade e à própria imagem.
É óbvio que Lula cometeu um grande equívoco, subestimando a questão hierárquica com uma visão sindical do problema. Não foi a primeira vez que se meteu em grandes confusões e teve que recuar. Em todas, faltou-lhe o aconselhamento correto de auxiliares mais próximos, em sua maioria muito reverentes, mais dispostos a concordar do que a ponderar. Foi o que ocorreu, por exemplo, na decisão de expulsar do Brasil o jornalista americano Larry Rohter. O então ministro Márcio Thomaz Bastos construiu o recuo. Mas foi desta vez que um ato seu resultou em maior ameaça à estabilidade de seu governo. Ele mesmo administrou o recuo, expondo o ministro Paulo Bernardo, que empenhara sua palavra aos controladores.
A capacidade de recuar, corrigir-se e mudar de rota para evitar o pior o diferencia de um personagem muito evocado estes dias, o ex-presidente João Goulart. Lula deixou os sargentos de lado para se realinhar à hierarquia militar, homenageando a disciplina com que transigira inicialmente, querendo ou não. Jango fez o contrário muitas vezes, e, de forma fatal, comparecendo ao famoso evento (também de sargentos) no Automóvel Club, um provocação à cúpula militar, que a seguir o derrubou. Fora avisado, mas não recuou.
Um alto oficial da Aeronáutica dizia ontem que todos ali ficaram muito chocados e revoltados mas compreenderam, a começar por Juniti Saito, que Lula "não agiu com dolo". Ou seja, intencionalmente. Isso não o redime, é claro, mas conhecer as sinuosidades de seu processo decisório é relevante para compreender seu governo.
Mas não foi Lula o único a corrigir-se neste episódio, depois do sobressalto. A ele bem se aplica também o ditado: "Porta arrombada, cadeado nela". Os controladores-sargentos agora se dão conta de que são militares e sujeitos a regras disciplinares próprias. Desligados da corporação, trabalhando nos Cindactas, parecem ter se esquecido disso. Acordaram até para o fato de que, com a desmilitarização do setor, perderiam regalias, como a moradia e o bom hospital militar.
A Aeronáutica agora tem um plano B. Garante que será capaz de mobilizar controladores substitutos no caso de uma outra (improvável) paralisação. Mas por que não fez isso antes, se há seis meses vêm ocorrendo operações padrão que foram ensaios de greve? Verdade que isso não é com Saito, mas com seu antecessor. Agora se sabe que pelo menos dois "problemas técnicos" foram atos de sabotagem: o estrago num equipamento de comunicação em Brasília, que necessitou de um técnico estrangeiro para ser consertado, e o problema de Cumbica, no equipamento de pouso guiado sob nevoeiro. Mas por que a Aeronáutica não investigou a suspeita de sabotagem, há tanto tempo mencionada?
Tudo aconteceu porque havia déficit de disciplina, de autoridade e de competência. Foi preciso um susto desses para tirar todos da letargia e do nevoeiro mental.
Bronca de Lula nos senadores petistas. Só dois ou três defenderam o governo na crise de 2005. Suplicy, Paim e Delcídio nem pareciam petistas. O outro lado do PP
Os pepistas asseguram que os mensaleiros não dominam a nova Executiva, que tem a hegemonia do grupo que sempre os combateu. A começar do presidente Nélio Dias, que tem como primeiro vice o senador Francisco Dornelles. A segunda vice ficou com o deputado Ricardo Barros. Benedito Domingos é o secretário-geral e Esperidião Amin, o presidente do Conselho Consultivo. O tesoureiro-geral escolhido foi Leodegard Tiscosky (SC). José Janene foi eleito seu suplente como primeiro tesoureiro. Já Pedro Corrêa, cassado, e Severino, que renunciou para escapar da cassação, são mesmo vogais da Executiva.

QUINTA FEIRA SANTA

CONFIRA AS MANCHETES DOS JORNAIS DE 5 DE ABRIL

Folha de S.PauloPara Lula, crise aérea está resolvidaAgora São PauloINSS propõe desconto de 10% para pagar mais rápido revisão de ORTNO Estado de São PauloGoverno se adianta para controlar CPI do ApagãoO GloboFAB não deverá punir todos os militares insubordinadosJornal do BrasilSTF deve decidir contra greve de controladoresCorreio BrazilienseCâmara corta vagas e muda concursoGazeta MercantilMarca registrada no Brasil valerá em 130 paísesValor EconômicoDólar a R$ 2 põe em xeque estratégias das empresasEstado de MinasLula mantém ministro e apela a controladoresJornal do CommercioLula agora pede "PAC militar"
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GLOBO
Partidos aceitam abrir só parte da 'porteira'
Veto de Lula à 'porteira fechada' gerou confusão entre as legendas governistas.Consenso é o de tentar acomodar nomeados por uns nas pastas de outros.
Maria Angélica Oliveira Do G1, em São Paulo
Com o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao método de “porteira fechada” para nomeações no segundo escalão, os partidos da base do governo agora pretendem fazer permutas de cargos entre os ministérios controlados pelas diferentes legendas.
Saiba mais
» Infográfico mostra o ministério do 2º mandato de Lula
» Veja a foto do novo ministério de Lula
» 'Não há porteira fechada', diz Lula a ministros
» Líderes de PR e PV resistem à ordem de Lula
» PR quer agora 'abrir porteira' noutras pastas
» PT admite perder cargos nos 2º e 3º escalões
Concluída a reforma ministerial, nove partidos estão representados no ministério. A expectativa na base governista era que cada ministério teria “porteira fechada”, isto é, os partidos teriam total autonomia para fazer nomeações nas pastas que controlam.

Mas a decisão do presidente Lula, anunciada pelo ministro Franklin Martins (Comunicações) após a reunião ministerial da última segunda (2), deu margem a diversas interpretações.
O único consenso é sobre a necessidade de um meio-termo: as “porteiras” não ficariam totalmente fechadas, como pretendiam os partidos nem totalmente abertas, como sinalizou o presidente.
Em todo o governo, existem 19.802 cargos DAS (Direção e Assessoramento Superior), com remunerações que variam entre R$ 1.282,20 e R$ 7.575,00. Dominar esses postos significa acumular capital político e ter a possibilidade de acomodar filiados.
A “porteira fechada” prejudicaria principalmente o PT, que, desde o primeiro mandato, mantém militantes em cargos de segundo e terceiro escalão em várias pastas, inclusive nas que não estão sob controle direto do partido.
“Antigamente, o PT chegava nos ministérios e reivindicava isso e aquilo. Como é o partido do presidente, e como quem é ministro não é bobo e quer agradar, acabava cedendo. Só que não se tinha a mesma iniciativa de fazer isso nos ministérios de outros partidos”, afirma o líder do PSB na Câmara, deputado Márcio França (SP).
O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO), faz coro às críticas. “O ministro era de um partido, o secretário-geral era de outro partido, a pessoa que cuida das finanças era de outro. Aí criaram-se ‘cartoriozinhos’ que dificultaram muito as ações do ministro no ministério”, relatou.
Leia também: Líderes do PR e PV resistem à ordem de Lula PT admite perder cargos nos 2º e 3º escalões
PMDB
O PMDB, partido que detém o maior número de ministérios depois do PT, será o mais afetado pelo veto à porteira fechada.
O presidente da sigla, deputado Michel Temer (SP), disse ao G1 ainda não saber quais critérios serão utilizados para preencher os cargos de confiança, mas afirmou que o partido não está preocupado com o prejuízo.
“O PMDB vai ter posições em todos os ministérios, e os demais partidos vão ter posições nos ministérios do PMDB. A indicação de nomes, quem vai decidir é o Executivo: onde coloca A, onde coloca B”, resume.

Os peemedebistas controlam cinco ministérios: Comunicações, Minas e Energia, Saúde, Integração Nacional e Agricultura.
PSB
Semelhante é a interpretação do líder do PSB na Câmara dos Deputados, Márcio França (SP), que defende a adoção de dois critérios: reciprocidade e proporcionalidade. Para o primeiro caso, ele cita o exemplo do Ministério das Cidades, comandado por Márcio Fortes (PP), mas que tem postos estratégicos em secretarias controlados por petistas.
“Naturalmente, haverá uma pressão dos deputados: ‘poxa, vai deixar esse secretário do PT?’. Se o ministro entender ‘vou deixar, é uma pessoa competente’, aí se criou um crédito para o PT abrir mão de algum lugar nos ministérios dele e para o PP indicar alguém”, explicou.
Pela proporcionalidade, segundo o líder, o PSB teria o controle de 14% dos cargos de confiança do governo – percentual igual ao espaço que a bancada ocupa dentro da base do governo na Câmara dos Deputados. “É o critério que dá menos chiadeira”, afirma França.
De acordo com o líder dos socialistas, os partidos que integram o chamado “bloco de esquerda” na Câmara (PC do B, PSB e PDT, todos da base governista) já entraram em acordo para acomodar indicações dos aliados e vice-versa. O PC do B tem o Ministério dos Esportes e o PDT recebeu o Ministério do Trabalho.
PTB
O líder do PTB na Câmara, deputado Jovair Arantes (GO) diz que, depois da decisão anunciada por Lula na reunião ministerial, não sabe explicar quais critérios serão utilizados para o preenchimento dos cargos de confiança. Mas ele também defende “um mix”.
Os petebistas participam da coalizão com a pasta das Relações Institucionais, responsável pela articulação política do governo e comandada pelo deputado Walfrido Mares Guia (PTB-MG).
“Não pode ser nem totalmente aberto, nem totalmente fechado”, afirma Arantes. Segundo ele, dentro da legenda, não é grande o apetite pelas nomeações. “De cada dez cargos que você arruma no governo, oito ou nove servem ao interesse pessoal. Apenas um ou dois servem ao interesse partidário”, opina.
PP
No PP, o deputado Mário Negromonte (BA), líder da bancada na Câmara, afirma que a legenda reivindica os postos de secretários das áreas de saneamento, habitação e transportes e dos presidentes da CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), todos do Ministério das Cidades, já pertencente ao partido desde agosto de 2005, ainda no primeiro mandato de Lula.
“Se não for verticalizado, não podemos ser responsáveis totalmente pelo ministério. Queremos espaços no segundo escalão do tamanho do nosso partido, do nosso apoio: faz parte da coalizão, do conselho político, é um partido aliado, fiel, que tem aliança programática”, afirma, ressaltando que Lula havia prometido ao PP entregar o ministério integralmente. O atual ministro das Cidades, Márcio Fortes (PP), substituiu no comando da pasta Olívio Dutra (PT). Segundo Negromonte, o ministério, ocupado em grande parte por petistas, ficou como estava durante todo o primeiro mandato, à exceção da troca do ministro.
“Teve um esforço muito grande do Márcio Fortes porque os secretários e auxiliares têm que levar idéias e propostas ao ministro, e ele praticamente fez carreira solo. Sem ter afinidade, é difícil o bonde andar. Quando vem de outro partido, o sujeito se sente dono do cargo. Ele não obedece”, afirma.
PC do B
O PC do B, que comanda o Ministério dos Esportes desde o primeiro mandato, também quer mais espaço na Secretaria Especial da Juventude, órgão subordinado à Secretaria-Geral da Presidência, comandada pelo petista Luiz Dulci.
O senador Inácio Arruda (PC do B-CE) diz que valerá o bom-senso na montagem das pastas, mas defende que ao menos a cúpula seja escolhida pelo titular.
“O ministro precisa ter o chefe do gabinete, o secretário-executivo... São funções que ele tem que lidar todo o dia, é aquela pessoa que ele chama no gabinete toda hora. Essas funções são do máximo da confiança dele. Ele não pode entregar para outra força política”, defende.
PDT
O líder do PDT, Miro Teixeira (RJ), afirma que o caráter partidário é secundário na definição dos cargos de confiança. “Ninguém pode ser excluído porque é filiado a um partido político, mas ninguém pode ser escolhido apenas por ser filiado”.
Libertação de marinheiros britânicos é um "alívio profundo", diz Tony Blair
Os 15 marinheiros que estavam presos no Irã foram libertados nesta quarta.Ahmadinejad anunciou a libertação em discurso na TV.
Do G1, com agências
O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, saudou nesta quarta-feira (4) o anúncio da libertação dos 15 marinheiros britânicos capturados pelo Irã afirmando que não houve negociação para este "presente" inesperado do presidente iraniano, Mahmud Ahmadinejad.
À véspera de um fim de semana prolongado de Páscoa na Grã-Bretanha, Blair disse que estava satisfeito com a libertação dos 14 homens e uma mulher anunciada em entrevista de imprensa pouco antes em Teerã.
"Desde o início, adotamos uma aproximação moderada -firme mas calma, não de negociação, nem de confrontação", acrescentou o primeiro-ministro britânico, em breve declaração em frente ao Downing Street.
As notícias da libertação dos marinheiros, 13 dias após sua captura, é um "alívio profundo", insistiu.
Ele agradeceu todos os que trabalharam pela libertação, a Europa, o Conselho de Segurança da ONU e também "os aliados na região". Não disse mais nada, no entanto o canal de televisão Sky News afirmou nesta quarta-feira que a Síria e o Qatar haviam desempenhado um papel-chave na resolução da crise.
"Desejamos resolver de modo pacífico todos os desacordos que temos com seu governo, por diálogo", disse Blair, dirigindo-se ao povo iraniano.

Libertação
Os 15 marinheiros britânicos foram libertados pelo governo iraniano nesta quarta-feira (4). Eles estavam presos desde o último dia 23, quando patrulhavam o Golfo Pérsico. Antes de serem soltos, Ahmadinejad conversou com cada um deles publicamente e em frente às câmeras de emissoras de televisão.
Ahmadinejad sorriu quando se encontrou com um dos presos. E disse brincando: "Como você está?... Então você veio em férias obrigatórias". Ele deu ainda "boa sorte" aos britânicos.
Os homens vestiam ternos em vez dos uniformes que haviam usado e Faye Turney, a única mulher do grupo, usava um véu azul com camisa rosa escuro.
Os marinheiros irão para a embaixada britânica e embarcam para suas casas até a sexta-feira.
A crise
O Irã acusou a Grã-Bretanha de ter invadido suas águas no último dia 23. O governo britânico, porém, disse que os militares estavam em águas iraquianas.
Neste período de prisão, a Grã-Bretanha sempre manteve a sua posição. Já alguns dos militares presos apareceram na TV iraniana pedindo desculpas por ter invadido o espaço iraniano sem autorização. Este fato foi repudiado pelo governo britânico, que declarou que seus marinheiros foram obrigados.
Nesta quarta, durante a entrevista coletiva, Ahmadinejad fez um pedido ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.
"Peço ao senhor Blair que não puna os soldados com a acusação de aceitarem falar a verdade", disse ele em referência às "confissões" gravadas dos 15 marinheiros e fuzileiros-navais dizendo que haviam entrado em águas iranianas.
O perdão do Irã, porém, aconteceu só depois de Ahmadinejad premiar três de seus militares exatamente por terem prendido os 15 britânicos.
O presidente do Irã disse ainda que está "triste" pelo que chamou de violação da fronteira iraniana pelos britânicos e disse lamentar que Londres não teve "coragem suficiente" para admitir seus atos.
"O governo iraniano lamenta que o governo britânico não é corajoso suficiente para confessar seu erro de entrar em águas iranianas", disse Mahmoud Ahmadinejad em uma entrevista coletiva, acrescentando que a nação iraniana estava "triste" pela ação britânica.
Recepção
O chamado Comitê Cobra - comissão de crise integrada por membros do Governo, da Polícia e dos serviços secretos do Reino Unido - se reunirá nesta quarta para organizar o retorno dos 15 militares britânicos detidos no Irã. Segundo a rede pública "BBC", o comitê se reunirá a partir das 13h (de Brasília) para estudar a "logística" necessária para repatriar os militares. Em Londres, o Governo britânico comemorou o anúncio feito por Ahmadinejad. "Cumprimentamos o que o presidente (Ahmadinejad) disse sobre a libertação dos 15 militares", disse uma porta-voz de Downing Street, residência e escritório oficial do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.
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"Estamos estabelecendo agora exatamente o que isto significa quanto ao método e ao momento da libertação", acrescentou a porta-voz.
Estados Unidos
O presidente dos EUA George W. Bush saudou o anúncio feito pelo Irã quanto à libertação dos marinheiros britânicos, informou a Casa Branca. "Como o primeiro-ministro Blair, o presidente Bush saúda a notícia", declarou a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino
Mesmo com controle civil, aviação Argentina enfrentará caos na Páscoa
Pilotos recusaram plano de decolagens a cada cinco minutos.Eles dizem que manterão o intervalo de dez minutos por falta de radar.
Do G1, com agências
Os argentinos devem enfrentar neste fim de semana prolongado de Páscoa caos parecido com o que os brasileiros vêm encarando nos aeroportos, apesar de o governo de Néstor Kirchner já ter transferido o controle da aviação a civis.
Nesta quarta-feira (4), os pilotos argentinos recusaram um plano oficial que prevê decolagens de cinco em cinco minutos em pleno feriado, dizendo que manterão o intervalo de dez minutos por falta de radar.
"É uma loucura o que está acontecendo: o radar continua fora de serviço e decidiram reduzir o tempo de dez para cinco minutos", queixou-se o presidente da Associação de Pilotos de Linhas Aéreas (APLA), Jorge Pérez Tamayo.
Segundo Pérez Tamayo, a decisão dos pilotos de não acatar a ordem foi tomada para "preservar a vida dos passageiros e dos pilotos". Para ele, aceitar a medida oficial "significa piorar ainda mais a segurança" na aviação.
"Decidimos instruir nossos pilotos para que os intervalos não sejam inferiores a dez minutos", explicou Pérez Tamayo.
O ministério da Defesa anunciou na sexta-feira passada que o tempo entre decolagens e aterrissagens será reduzido à metade para evitar congestionamento de tráfego aéreo e atrasos para os passageiros no feriado da Semana Santa (entre quinta-feira e domingo), quando o fluxo de turistas aumenta consideravelmente.
Diego Serra, titular da União dos Aviadores de Linhas Aéreas (UALA) exigiu que "os estatutos da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI) sejam cumpridos". Neste caso, quando o controle é manual o intervalo mínimo deve ser de sete ou oito minutos.
Segundo o ministério da Defesa, a decisão de reduzir o tempo entre os vôos foi apoiada pelo Órgão Regulador do Sistema Nacional de Aeroportos (ORSNA), a subsecretária de Transporte Aerocomercial, representantes de Aeroportos Argentina 2000, as companhias aéreas, a Torre de Controle de Vôos do aeroporto internacional de Ezeiza e a Associação dos Profissionais de Serviços Aeronáuticos (APSA).
Já a Associação de Controladores do Tráfego Aéreo (ACTA), que representa 480 dos 720 controladores do país, se manifestou contra.
A Força aérea disse nesta quarta-feira que a "segurança está garantida" e que o tempo entre as decolagens e os pousos "será flexível" no fim de semana.
Controladores civis
O governo argentino oficializou há mais de 15 dias a transferência do controle da aviação comercial da Força Aérea para as mãos de civis, após uma série de problemas causados por falhas e irregularidades.
Mas os vôos domésticos do aeroporto metropolitano Jorge Newbery e alguns internacionais continuam enfrentando dificuldades por causa de um radar com defeito que foi atingido por um raio. A operação de controle por enquanto está sendo feita manualmente.
No entanto, os trabalhadores do setor iniciarão uma greve quinta-feira porque estão se sentindo vítimas do nervosismo dos passageiros pelos atrasos dos vôos.
Segundo comunicado da Associação Pessoal Aeronáutico (APA, terra), a greve afetará todos os vôos nacionais do aeroporto metropolitano e protestarão contra os "ataques e xingamentos dos passageiros prejudicados pelo caos".
Collor prepara projeto de parlamentarismo
Ele pretende apresentar proposta de emenda à Constituição em duas semanas. Será o primeiro projeto do mandato do ex-presidente, eleito senador pelo PTB-AL.
Da Reuters
O senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) vai apresentar ao Congresso Nacional uma proposta de emenda à Constituição pela qual o Brasil passaria a adotar o regime parlamentarista.
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Este será o primeiro projeto elaborado pelo ex-presidente da República desde que assumiu sua cadeira no Senado. O petebista ainda está concluindo o texto da PEC, mas quer apresentá-lo formalmente ao plenário da Casa no prazo máximo de duas semanas.
"O presidencialismo é uma carroça do sistema político brasileiro, que também está defasado. O parlamentarismo é um regime muito mais moderno. Nele, as crises institucionais não atingem o Estado, como acontece no presidencialismo", afirmou.
O ex-presidente é um defensor do parlamentarismo e só não fez campanha pelo sistema de governo no plebiscito de 1993 porque estava com os direitos políticos cassados. Na ocasião, os brasileiros votaram pela manutenção do presidencialismo.
O objetivo de Fernando Collor é não só retomar uma agenda do passado, mas trabalhar no sentido de uma reforma política capaz de diluir os "vícios" das atuais regras eleitorais e partidárias.
No parlamentarismo, o presidente da República detém o papel de chefe de Estado e um primeiro-ministro, escolhido com aval da Câmara dos Deputados, tem a prerrogativa de chefe de governo. A lógica desse sistema é a formação de uma maioria partidária no comando do país e de um Legislativo forte.
Conforme o texto inicial da PEC de Collor, o Poder Executivo será exercido pelo presidente da República e por um Conselho de Ministros, cabendo a este a direção da política de governo e da administração federal.
O conselho responde coletivamente à Câmara dos Deputados, que tem poder de destituí-lo mediante aprovação da maioria absoluta da Casa. O presidente deste conselho, com designação de primeiro-ministro, tem poderes de indicar ministros, propor os nomes dos comandantes das Forças Armadas e vetar leis aprovadas no Congresso. Além disso, é ele que propõe a edição de medidas provisórias ao Congresso.
A emenda constitucional, elaborada para entrar em vigor no mandato presidencial seguinte à aprovação da lei, tem um longo caminho a percorrer. Deve ser apreciada em dois turnos pela maioria absoluta dos votos na Câmara e no Senado. Por ser polêmica, deverá encontrar inúmeras barreiras políticas. O Brasil viveu duas experiências distintas de parlamentarismo. Uma bastante breve, entre setembro de 1961 e janeiro de 1963, para solucionar a resistência de militares e políticos que não queriam que a presidência da República passasse às mãos do vice-presidente João Goulart, após a renúncia de Jânio Quadros.
A outra foi ainda no Segundo Reinado, entre 1847 e 1889, com a peculiaridade de o primeiro-ministro ser indicado pelo imperador e não pelo parlamento.
RESUMO MUNDO REUTERS
Britânicos deixam Teerã e partem para Londres
TEERÃ (Reuters) - Os 15 marinheiros britânicos que foram capturados pelo Irã deixaram Teerã na quinta-feira com destino a Londres, encerrando um impasse de duas semanas que aumentou a tensão nas relações entre o Irã e o Ocidente.
Bush reconhece que americanos estão cansados da guerra no Iraque
FORT IRWIN, EUA (Reuters) - O presidente dos EUA, George W. Bush, admitiu na quarta-feira, em um discurso proferido diante de soldados prestes a serem enviados ao Iraque, que os norte-americanos estão cansados da guerra no país árabe e defendeu sua decisão de enviar mais militares para o território iraquiano.
Atlântico deve enfrentar vários furacões neste ano, dizem EUA
NOVA ORLEANS, EUA (Reuters) - O chefe do Centro Nacional de Furacões dos EUA, Bill Proenza, disse na quarta-feira que a temporada de furacões deste ano deve contar com várias ocorrências do tipo.
Gelo do mar do Ártico fica perto de recorde negativo no inverno
NOVA YORK, EUA (Reuters) - Em um sinal do aquecimento provocado pelos gases do efeito estufa, a superfície de gelo no mar do Ártico neste inverno foi a segunda menor já registrada, afirmaram na quarta-feira meteorologistas norte-americanos.
Em liberdade, marinheiros britânicos encontram presidente do Irã
TEERÃ (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, surpreendeu o mundo na quarta-feira ao anunciar um 'presente' ao povo britânico -- a libertação de 15 marinheiros presos por seu país há 13 dias.
Irã entregará marinheiros britânicos à embaixada na 5a--agência
TEERÃ (Reuters) - Um conselheiro do presidente iraniano disse que os 15 marinheiros britânicos que foram detidos pelo Irã serão entregues à embaixada britânica na quinta-feira e então irão embora, noticiou a agência de notícias Mehr.
Irã anuncia libertação de marinheiros britânicos como "presente"
TEERÃ (Reuters) - O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, disse na quarta-feira que vai libertar os 15 marinheiros britânicos, como 'presente' à Grã-Bretanha.
Presidente do Irã sorri e brinca com britânicos
TEERÃ (Reuters) - O presidente do Irã desejou 'boa sorte' aos britânicos que estavam detidos no Irã na quarta-feira e brincou com eles em uma cerimônia para comemorar sua libertação, mostraram as imagens de televisão.
Cientistas britânicos tentam barrar veto a embriões híbridos
LONDRES (Reuters) - Cientistas e parlamentares da Grã-Bretanha pediram na quarta-feira que seja rejeitada a proposta de veto às pesquisas envolvendo a criação de embriões híbridos de animais e seres humanos para o tratamento de doenças como o mal de Parkinson, derrames e o mal de Alzheimer.
República Centro-Africana está à beira de um desastre, diz ONU
GENEBRA (Reuters) - A República Centro-Africana enfrenta um crescente desastre humanitário, com as vidas de um quarto da população sendo afetadas por conflitos civis e regionais, disse nesta quarta-feira a agência de apoio infantil da Organização da Nações Unidas, a Unicef.
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MAIS DESTAQUES DE O GLOBO
FAB não deverá punir todos os militares insubordinados
- O Comando da Aeronáutica deverá concentrar em um pequeno grupo de controladores de vôo as punições mais severas, entre todos os que participaram do movimento grevista da última sexta-feira que parou os aeroportos do país. Só no Cindacta 1, em Brasília, foram 18 controladores que se recusaram a assumir seus postos. Também serão investigadas as ações dos profissionais em Manaus e Curitiba. Ao todo, são três inquéritos abertos. A crise aérea já provocou a redução de 30% nas vendas de pacotes de viagens neste feriado.
- Embora estude a substituição de Waldir Pires, Lula disse que a reforma ministerial acabou e o feriado nos aeroportos será tranqüilo: "Se queden tranquiles (sic)".
- Historiadores e cientistas políticos afirmam que a crise do setor aéreo revela os erros de gerenciamento e a demora em tomar decisões do presidente Lula.
- BNDES chinês vai financiar termelétrica no RS de US$ 430 milhões.
- O prefeito César Maia viajou, o vice renunciou para assumir mandato de deputado e o presidente da Câmara de Vereadores licenciou-se. O cargo de prefeito do Rio deveria ter sido assumido ontem pelo vice-presidente da Câmara, Aloísio Freitas, mas a assessoria de imprensa da prefeitura desconhece seu paradeiro.
DIPLOMATA É NOVO PORTA-VOZ DA PRESIDÊNCIA
Marcelo Baumbach estava na representação do Brasil na ONU. Decisão repete modelo adotado pelo ex-presidente Fernando Henrique.
Do G1, em Brasília
O ministro da Comunicação Social, Franklin Martins, apresentou nesta quarta-feira (4) o novo porta-voz da Presidência da República: o diplomata Marcelo Baumbach.
A nomeação faz parte das mudanças promovidas na Secretaria de Imprensa, que desde o começo de 2005 havia aglutinado, sob o comando de André Singer, as funções de assessoria e de porta-voz.
Baumbach, 40, é gaúcho de Porto Alegre e ingressou no Itamaraty em 1990. Já passou por diversas representações da Organização das Nações Unidas. Desde 2004, ele estava na Missão Permanente do Brasil na ONU, em Nova York.

FRANKLIN MARTINS APRESENTOU O DIPLOMATA MARCELO BAUMBACH COMO PORTA-VOZ
O diplomata é o segundo porta-voz do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O primeiro foi o jornalista André Singer, que desempenhou só esta função de 1 de janeiro de 2003 até 10 de março de 2005, quando foi convocado a assumir a Secretaria de Imprensa e decidiu fundir as duas atribuições. Com a decisão de separar novamente as funções e entregar o cargo de porta-voz a um diplomata, Franklin Martins repete um modelo implementado pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). No segundo mandato, FHC teve o embaixador Sérgio Amaral como porta-voz.
Marinheiros britânicos são libertados e presidente do Irã faz ‘pedido’ a Blair
Ahmadinejad conversou com os presos na frente das emissoras e fez brincadeira.Presidente disse estar 'triste' com 'falta de coragem' da Grã-Bretanha.
Do G1, com agências
Os 15 marinheiros britânicos foram libertados pelo governo iraniano nesta quarta-feira (4). Eles estavam presos desde o último dia 23, quando patrulhavam o Golfo Pérsico. Antes de serem soltos, o presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad conversou com cada um deles publicamente e em frente às câmeras de emissoras de televisão.
Ahmadinejad sorriu quando se encontrou com um dos presos. E disse brincando: "Como você está?... Então você veio em férias obrigatórias". Ele deu ainda "boa sorte" aos britânicos.
Os homens vestiam ternos em vez dos uniformes que haviam usado e Faye Turney, a única mulher do grupo, usava um véu azul com camisa rosa escuro.
Os marinheiros irão para a embaixada britânica e embarcam para suas casas na quinta-feira.
A crise
O Irã acusou a Grã-Bretanha de ter invadido suas águas no último dia 23. O governo britânico, porém, disse que os militares estavam em águas iraquianas.
Reuters
O presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad (terno cinza claro) conversa com um dos 15 marinheiros britânicos libertados (Foto: TV iraniana/Reuters)
Neste período de prisão, a Grã-Bretanha sempre manteve a sua posição. Já alguns dos militares presos apareceram na TV iraniana pedindo desculpas por ter invadido o espaço iraniano sem autorização. Este fato foi repudiado pelo governo britânico, que declarou que seus marinheiros foram obrigados.
Nesta quarta, durante a entrevista coletiva, Ahmadinejad fez um pedido ao primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.
"Peço ao senhor Blair que não puna os soldados com a acusação de aceitarem falar a verdade", disse ele em referência às "confissões" gravadas dos 15 marinheiros e fuzileiros-navais dizendo que haviam entrado em águas iranianas.
O perdão do Irã, porém, aconteceu só depois de Ahmadinejad premiar três de seus militares exatamente por terem prendido os 15 britânicos.
Reuters
O presidente do Irã disse ainda que está "triste" pelo que chamou de violação da fronteira iraniana pelos britânicos e disse lamentar que Londres não teve "coragem suficiente" para admitir seus atos.
"O governo iraniano lamenta que o governo britânico não é corajoso suficiente para confessar seu erro de entrar em águas iranianas", disse Mahmoud Ahmadinejad em uma entrevista coletiva, acrescentando que a nação iraniana estava "triste" pela ação britânica.
Recepção
O chamado Comitê Cobra - comissão de crise integrada por membros do Governo, da Polícia e dos serviços secretos do Reino Unido - se reunirá nesta quarta para organizar o retorno dos 15 militares britânicos detidos no Irã. Segundo a rede pública "BBC", o comitê se reunirá a partir das 13h (de Brasília) para estudar a "logística" necessária para repatriar os militares. Em Londres, o Governo britânico comemorou o anúncio feito por Ahmadinejad. "Cumprimentamos o que o presidente (Ahmadinejad) disse sobre a libertação dos 15 militares", disse uma porta-voz de Downing Street, residência e escritório oficial do primeiro-ministro do Reino Unido, Tony Blair.
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"Estamos estabelecendo agora exatamente o que isto significa quanto ao método e ao momento da libertação", acrescentou a porta-voz.
Estados Unidos
O presidente dos EUA George W. Bush saudou o anúncio feito pelo Irã quanto à libertação dos marinheiros britânicos, informou a Casa Branca. "Como o primeiro-ministro Blair, o presidente Bush saúda a notícia", declarou a porta-voz da Casa Branca, Dana Perino.
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- O ex-deputado José Janene foi eleito tesoureiro do PP. Acusado de receber R$ 4,1 milhões do valerioduto, ele administrará os R$ 8,2 milhões que o partido receberá do Fundo Partidário. O PP reabilitou ainda o deputado cassado Pedro Corrêa e os deputados Paulo Maluf e Pedro Henry.
- Pesquisa da Fundação Getúlio Vargas mostrou que o maior motivo para o jovem de 15 a 17 anos abandonar os estudos é o desinteresse pelas escolas, consideradas pouco atraentes. Os desmotivados representam 45% dos que deixaram as escolas; só 23% tiveram de trabalhar.
Nancy Pelosi diz que a Síria quer a paz com Israel
A presidente democrata da Câmara de Representantes americana esteve em Damasco.A visita muito criticada pela Casa Branca.
Do G1, em São Paulo, com agências

A presidente democrata da Câmara de Representantes americana, Nancy Pelosi, afirmou nesta quarta-feira (4), em Damasco, que o presidente sírio Bashar al Assad está disposto a retomar as conversações de paz com Israel, ao término de uma visita muito criticada pela Casa Branca.
"Ouvimos o ponto de vista do presidente Assad. Ele diz que é partidário que o processo de paz no Oriente Médio seja reativado", declarou Pelosi, que, por sua parte, se disposta a promover a paz entre a Síria e Israel. "Assad está pronto para iniciar as negociações de paz com Israel", acrescentou Pelosi, terceira personalidade na hierarquia americana, em coletiva de imprensa antes de deixar Damasco. Essas negociações estão congeladas desde janeiro 2000.
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"Também transmitimos ao presidente Assad a mensagem de Ehud Olmert no sentido de que ele está disposto a retomar o processo", disse ainda, referindo-se ao encontro que manteve com o primeiro-ministro israelense no domingo passado, em Jerusalém.
A presidência do conselho israelense reagiu dizendo que a Síria deve "parar de apoiar o terrorismo" antes de iniciar negociações com Israel.
Pelosi afirmou, por outra parte, que sua visita a Damasco encabeçando uma representação de parlamentares democratas e republicanos, que está agindo de acordo com as recomendações do grupo de estudos sobre o Iraque, segundo as quais a administração George W. Bush deveria se abrir para um diálogo com os vizinhos desse país, Síria e Irã.
Além disso, Pelosi recordou, diante de Assad, sua preocupação em relação ao apoio da Síria ao Hezbollah xiita libanês e ao movimento islamita palestino Hamas.
A política disse que "chamou a atenção do presidente sírio sobre os combatentes que atravessam a fronteira síria" para se infiltrar no Iraque e combater as tropas americanas e iraquianas.
"Também expressamos nossa preocupação pelo destino dos soldados seqüestrados pelo Hezbollah e Hamas", concluiu Pelosi.
O parlamentar republicano David Hobson classificou de "francas" as entrevistas da delegação americana em Damasco. "A visita reforça nossa convicção de que o diálogo com a Síria é necessário e útil", acrescentou. Segundo a agência síria oficial Sana, o presidente Assad declarou que os americanos levaram uma "mensagem de diálogo e paz".
Pelosi, que chegou na terça-feira a Damasco, manteve outros encontros com o ministro das Relações Exteriores, Walid Mouallem, e o vice-presidente Faruk al Shara.
Oponente do presidente Bush, especialmente no que se refere à guerra no Iraque, Pelosi fez pouco caso da postura de seu governo, que boicota Damasco desde o assassinato do primeiro-ministro libanês Rafic Hariri em fevereiro de 2005 em Beirute.
Na terça-feira, Bush criticou pela primeira vez de forma pessoal esta visita, pois, a seu ver, a mesma envia "mensagens contraditórias".
Nos Estados Unidos, a edição desta quarta do jornal Los Angeles Times manifestou seu apoio a Pelosi. "É hora de alguém nos Estados Unidos quebrar o gelo". Por sua parte, o conservador New York Post comentou que as delicadas negociações com a Síria "devem ser deixadas a cargo do presidente ou seus representantes".
Depois da Síria, Pelosi visitou a Arábia Saudita, última etapa de seu giro regional.
RISCO-BRASIL, BOLSA E DÓLAR ATINGEM NÍVEL HISTÓRICO COM FLUXO ESTRANGEIRO Patricia Eloy
Moeda cai a R$2,034. País alcança média de emergentes mais arriscados O cenário internacional tranqüilo foi o pano de fundo para a entrada maciça de investidores estrangeiros no mercado brasileiro, o que fez dólar, risco-Brasil e bolsa atingirem ontem patamares recorde. Ao contrário do que ocorre em vésperas de feriado, o volume de negócios nos principais mercados foi expressivo, confirmando o fluxo de investidores externos. Com isso, o risco-Brasil cravou novo mínimo histórico - 163 pontos centesimais, com queda de 2,40% em relação à véspera - e conseguiu alcançar a média de risco dos países emergentes (163 pontos).
A entrada de dólares de investidores estrangeiros - para aplicar em juros e bolsa no país - empurrou a cotação do dólar para R$2,034 (- 0,15%), menor valor desde 5 de março de 2001, quando a moeda estava cotada a R$2,023. O movimento no mercado de câmbio superou os US$4 bilhões, bem acima dos cerca de US$3 bilhões diários.
O fluxo externo levou a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) a um patamar inédito: 46.553 (0,57%). O volume de negócios chegou a R$3,76 bilhões, superando os R$3,493 bilhões do mês anterior e contrariando o movimento tradicional nos dias que antecedem feriados, quando o volume cai à metade.
Saldo estrangeiro na Bolsa é positivo em R$923 milhões Saldo divulgado ontem pela Bovespa mostra que os estrangeiros - que bateram em retirada dos mercados emergentes entre fevereiro e meados março devido a temores de desaceleração da economia americana com a crise do setor de hipotecas de alto risco (subprime) - voltaram com fôlego renovado. Em março, o saldo ficou positivo em R$923,4 milhões. A virada aconteceu nos últimos dez dias do mês, já que, até o dia 20, o balanço estava negativo em R$455 milhões.
Os estrangeiros responderam por 34,54% dos negócios na Bovespa e representaram 76,7% dos investidores que participaram dos lançamentos de ações este ano. Com o forte fluxo externo, a Bolsa atingiu valor de mercado recorde de R$1,63 trilhão e, apenas nos dois primeiros dias úteis de abril, foi a R$1,654 trilhão.
Ontem, dados da economia americana sustentaram o otimismo dos investidores, que diante do cenário tranqüilo, buscaram aplicações de maior risco. O indicador do setor de serviços (o chamado ISM) ficou em 52,4 pontos em março, ante 54,3 pontos em fevereiro. O setor cresce há 48 meses seguidos. Embora analistas esperassem uma leitura de 55 pontos, a avaliação foi de que, embora a economia esteja menos vigorosa, ainda está aquecida.
PAPA ACUSA PAÍSES RICOS DE PILHAREM POBRES

Em seu primeiro livro à frente do Vaticano, Bento XVI elogia Marx e ataca "cinismo de mundo sem Deus"
VATICANO. Em seu primeiro livro publicado após se tornar Pontífice, o Papa Bento XVI faz duras críticas aos países ricos e elogia Karl Marx, cujo pensamento fez nascer o comunismo. A obra "Jesus, do Batismo no rio Jordão até o monte da transfiguração", de 400 páginas, terá sua primeira parte, "Jesus de Nazaré", lançada na Itália no próximo dia 16, em comemoração aos 80 anos de Bento XVI.
Nela, o Pontífice afirma que as nações abastadas "pilharam e saquearam sem piedade a África e outras regiões pobres, exportando o cinismo de um mundo seu Deus." O Papa também condena no livro o tráfico de drogas e o turismo sexual, sinais de um mundo "de gente vazia" e cercada por abundância material.
- O livro oferece uma aplicação moderna da parábola do bom samaritano, que pára para ajudar a uma vítima de um assalto - disse um porta-voz da editora Rizzoli, responsável pela publicação.
O Papa também compara a vida em países desenvolvidos às difíceis condições do cotidiano africano.
"Vemos como o nosso estilo de vida, a história que nos envolveu, desnudou e continua a desnudar essas pessoas. Em vez de lhes dar Deus, o Deus próximo a nós em Cristo, e de saudar em suas tradições tudo o que é precioso e grande, levamos a eles um mundo onde só o poder e o lucro contam ", diz um trecho do livro.
Para Bento XVI, Marx forneceu uma imagem clara do homem vitimado por bandidos: "Karl Marx descreveu de maneira drástica a alienação do homem. Mesmo que não tenha atingido a verdadeira profundidade da alienação - porque raciocinava apenas em âmbito material -- forneceu uma imagem clara do homem vitimado por bandidos."
No início do livro, o Papa faz questão de deixar claro que o tema central do texto é a necessidade de amar o próximo, mesmo que ele seja "estrangeiro", tendo como exemplo a figura de Jesus. No prefácio, afirma que o texto não é um documento da Igreja Católica, mas apenas uma "a expressão de uma pesquisa pessoal."
Pontífice indica novo camerlengo da Santa Sé
Ontem, o Papa nomeou o cardeal Tarcisio Bertone o novo camerlengo, cardeal que governa o Vaticano entre a morte de um Papa e a eleição de um sucessor. Bertone, agora segunda autoridade do Vaticano, substitui o cardeal Eduardo Somalo, que se afastou após completar 80 anos. O camerlengo é tradicionalmente o encarregado de confirmar oficialmente a morte do Papa, dando três batidas leves em sua cabeça com um martelo de prata e chamando o seu nome. Confirmada a morte, ele passa a atuar como chefe de Estado do Vaticano, apesar de não comandar a Igreja
JORNAL HOJE - REDE GLOBO
FAB E COMPANHIAS AÉREAS PREPARAM ESQUEMAS DE EMERGÊNCIA PARA O SETOR
A dois dias do feriado de Páscoa, a situação é tranqüila nos principais aeroportos brasileiros. Mesmo assim, as companhias aéreas e a FAB preparam esquemas de emergência para casos de novos problemas. Pela manhã, em todo o país, segundo a Infraero, 31 vôos atrasaram e 15 foram cancelados.
CBN
ANAC AUTORIZA COMPRA DA VARIG PELA GOL
De acordo com a rádio CBN, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) informou que a diretoria concedeu autorização prévia a aquisição da Varig pela Gol. A transação vai passar pela avaliação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

GAZETA MERCANTIL
- Marca registrada no Brasil valerá em 130 países
- Após anos de estudo e debate dentro do governo, o Brasil decidiu que vai, em janeiro próximo, aderir ao Protocolo de Madri, fechado na Organização Mundial de Propriedade Intelectual (OMPI), disse a este jornal o presidente do Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Jorge de Paula Avila. Com isso, uma empresa que registrar marca ou patente aqui terá o registro estendido para os 130 países membros do protocolo e, se registrar num desses países, valerá no Brasil também.
Segundo o Itamaraty, o projeto está na Casa Civil e o próximo passo é a sanção presidencial.
A adesão deve reduzir de US$ 100 mil para US$ 200 os custos das empresas com registro nos 130 países. Outra vantagem é que o prazo para registro não poderá superar 18 meses. Hoje, registros de marcas e patentes no Brasil demoram, respectivamente, 3 e 4 anos. O INPI diz que prazos serão reduzidos.
- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a saída de Júlio Gomes de Almeida da Secretaria de Política Econômica. Em seu lugar, assume Bernard Appy, até então secretário-executivo da pasta. O ex-ministro da Previdência Nelson Machado sucederá a Appy.
- O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini, afirmou ontem que o Campo Majoritário - grupo ao qual pertence e que domina o partido há mais de dez anos -, não sobreviverá ao 3º Congresso Nacional agendado para agosto. O grupo tem sido responsabilizado pela crise instalada no partido com a série de escândalos, entretanto, Berzoini é forte candidato a permanecer na presidência da legenda. Doze teses foram inscritas para o congresso, com propostas que variam de uma revisão da estratégia política até a punição dos envolvidos nos escândalos.
- Em meio às discussões sobre geração, transmissão, distribuição, preço e demanda, um setor que ganha força, sem muito barulho, é o das comercializadoras do mercado livre de energia elétrica. Diante deste cenário, o diretor comercial da União Energia, Kleber Ferreira, está otimista e acredita que o PAC pode impulsionar o setor.
- Frederico Fleury Curado, que assume a presidência da Embraer no final deste mês, confirmou investimento de US$ 40 milhões na Ásia-Pacífico, como antecipou este jornal em outubro passado. Será a terceira fábrica fora do País e terá no início um centro de logística e simulador de vôo.
- A grande novidade do censo demográfico deste ano, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), será o uso de satélites para permitir aos 82 mil pesquisadores e supervisores acesso à internet banda larga de mais pontos espalhados pelo território nacional. Serão 832 pontos com desk-tops transmitindo à central do Censo as informações - inicialmente coletadas em computadores de mão (PDA) - por meio de satélite, além de 1.106 pontos com acesso à web tradicional. No censo de 2000 eram cerca de 900 pontos.
Com isso, o instituto promete divulgar os novos censos demográfico e agropecuário apenas um mês após o término do período de pesquisa, entre 16 de abril e 30 de julho. "Antes a divulgação dos dados demorava entre seis meses e um ano", disse o coordenador de informática dos censos, Heleno Ferreira Mansolo. "Essa tecnologia será a base para nossas pesquisas por uma década." Após a realização dos dois censos, a pesquisa do IPCA também será totalmente automatizada.
O custo para coleta e divulgação dos censos vai totalizar R$ 560 milhões.
- O presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Paulo Camillo Vargas Penna, disse ontem que as mineradoras não reconhecem a existência de dívidas antigas no valor de R$ 2,2 bilhões referentes à cobrança de compensação pela exploração de recursos minerais - royalties pagos ao poder público - informados pela associação que reúne os municípios de Minas Gerais, a Amig.
- A Justiça Federal do Pará autorizou os estudos de licenciamento ambiental para a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, o mais importante projeto energético do País ao lado das usinas previstas para o rio Madeira - Santo Antonio e Jirau. Os estudos de viabilidade para a construção de Belo Monte, com capacidade para 11,181 mil megawatts (MW), devem ser concluídos até o fim deste ano, segundo expectativa do Ministério de Minas e Energia.
A discussão sobre a avaliação social e ambiental da usina do rio Xingu é uma polêmica que já dura 20 anos. De acordo com a Fundação Nacional do Índio (Funai), o maior entrave do projeto é que a hidrelétrica vai cortar uma reserva indígena, diferentemente das usinas do Complexo Madeira, empreendimento que está em fase mais adiantada, pelo menos do ponto de vista ambiental - o Ibama aprovou em abril os estudos para a obra.
- Nos últimos dias, voltaram a circular rumores de que grandes bancos brasileiros estariam se preparando para fazer uma oferta de compra ao Banco Real. A possibilidade foi aberta pelas negociações de venda do ABN Amro, maior banco da Holanda e dono do Real, com o britânico Barclays. "O apetite do Barclays pelo Brasil existe, mas não é igual ao do ABN", diz um consultor. "Caso o Barclays feche o negócio, ele deverá avaliar com cuidado o que fará com a operação brasileira, que representa 20% do lucro mundial e apenas 5% dos custos", afirma um executivo do mercado financeiro. Há outros grandes conglomerados mundiais interessados no ABN, e em qualquer hipótese os concorrentes brasileiros podem tentar levar o Real, todo ou em parte.
Fontes do ABN Amro no Brasil negam a existência de conversações no momento.
- Depois da queda de 0,4% em janeiro, a produção industrial cresceu 0,3% em fevereiro e fechou o primeiro bimestre com expansão de 3,8% em relação ao mesmo período do ano passado. O destaque, segundo o IBGE, é o setor de bens de capital, com crescimento de 16% no bimestre.
- As seguradoras especializadas em vida querem conquistar as pequenas e médias empresas, responsáveis por 56% dos empregos no Brasil. "Facilitamos e flexibilizamos a compra de coberturas, pois a grande maioria dessas empresas tem apenas um departamento pessoal e não uma diretoria de recursos humanos", disse o diretor de marketing da Mongeral , Luis Claudio Friedheim.
A Metlife, subsidiária da maior seguradora de vida dos Estados Unidos, está premiando, com desconto no preço, as empresas que enviam informações completas de seus funcionários e dá desconto para as mulheres. "O preço chega a ser até 30% menor do que o de homens", informou Luiz Fernando Barsotti, diretor comercial da Metlife.
- O clima e a expansão da área da safrinha de milho vão contribuir para o Brasil colher a maior produção de sua história: 131,1 milhões de toneladas, segundo a Conab. A estimativa anterior era de 127 milhões de toneladas. A renda do produtor também deve crescer.
- Brasil e Equador assinaram acordo que permite participação brasileira na exploração da principal reserva de petróleo equatoriana, na Amazônia. O acerto põe fim à resistência do Equador, que rejeitava parceria com a Petrobras pelo fato de a empresa não ser completamente estatal.
CORREIO BRAZILIENSE
STF deve legalizar greve no serviço público
-São Paulo - O Judiciário está na iminência de tomar uma decisão que cairá como uma bomba no colo do Legislativo e do Executivo.

O STF prepara-se para julgar uma ação em que deve reconhecer o direito de greve do funcionalismo público. Embora previsto na Constituição de 1988, esse direito ainda não foi regulamentado em lei. Os ministros do Supremo tendem a votar favoravelmente a um acórdão que dirá o seguinte: enquanto não for aprovada no Congresso uma lei que regulamente o direito de greve no serviço público, valem para o funcionalismo as mesmas regras que regem as paralisações dos trabalhadores da iniciativa privada. Regras fixadas na lei 7.783, sancionada sob de José Sarney, em 1989.
O julgamento acerca do direito de greve dos servidores consta da pauta da sessão plenária do STF da próxima quinta-feira (12). Os ministros vão decidir sobre um mandado de injunção ajuizado no Supremo pelo Sindicato dos Servidores Policiais Civis do Espírito Santo. Previsto na própria Constituição de 1988, o mandado de injunção é um tipo de recurso usado para requerer ao Judiciário que obrigue o Legislativo a aprovar as leis que regulamentam dispositivos constitucionais. Sem elas, certos direitos fixados na Constituição não podem ser exercidos em sua plenitude. É o caso do direito de greve do funcionalismo. Embora previsto na Constituição, esse direito não foi regulado até hoje. Já lá se vão 19 anos de omissão dos legisladores. Omitiu-se também o Executivo, que não enviou ao Congresso nenhum projeto tratando da matéria. Daí o recurso do sindicato dos policiais civis capixabas, que tiveram o seu direito de greve toldado por uma decisão da Justiça Federal do Espírito Santo. Coube a Maurício Corrêa relatar o caso no Supremo. Em seu voto, o ministro reconheceu a omissão do Legislativo. Mas considerou que não cabia ao Judiciário imiscuir-se na atividade dos legisladores. Outro ministro, Gilmar Mendes, nesta quinta-feira presidente em exercício do STF, pediu vista do processo. E levou ao plenário um voto divergente do de Corrêa, que já se aposentou do tribunal.
Em seu voto, apresentado em 7 de junho de 2006, Gilmar Mendes considerou que a omissão do Legislativo gerou a figura das "greves ilegais". Cabe ao Judiciário, na opinião de Mendes, intervir para concretizar o direito de greve, que a Constituição de 1988 assegurou a todos os trabalhadores, da iniciativa privada e do Estado. O ministro considerou que, enquanto perdurar a omissão do Legislativo, deve-se aplicar aos servidores públicos, por analogia, a mesma legislação que rege as greves dos trabalhadores privados. Caberá à Justiça do Trabalho, mediante requisição dos órgãos públicos interessados, assegurar a prestação de serviços mínimos à sociedade nos casos em que as paralisações afetem serviços essenciais. O caso só não foi julgado em definitivo porque o ministro Ricardo Lewandowski pediu vista do processo. Na próxima quinta-feira, Lewandowski exporá sua opinião aos colegas de tribunal. Em privado, diz que deve seguir o voto de Mendes. Nesse meio tempo, os juízes do Supremo foram confrontados com um outro recurso. É semelhante ao que fora protocolado pelos policiais do Espírito Santo. O autor desse outro mandado de injunção foi o Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário do Estado do Pará. Relatou-o o ministro Eros Grau, que, em seu voto, incorporou o raciocínio esgrimido por Gilmar Mendes. Ou seja, considerou que, enquanto o Legislativo não aprova uma lei específica, valem para os servidores públicos a lei dos trabalhadores das empresas privadas. Consolida-se, assim, uma tendência que, se confirmada, levará o STF a assumir o papel de legislador.
- Câmara corta vagas e muda concurso
- Alterações reduzem de 243 para 212 o número de postos a serem preenchidos. Cargo mais afetado é o de técnico em comunicação social, com salário inicial de R$ 9.008,12. Será publicado edital reabrindo inscrições e marcando nova data para realização das provas. Candidatos prejudicados pela redução das vagas poderão pedir reembolso da taxa de R$ 123.
- Lula: Waldir Pires continua no cargo.
- Coalizão formada, Lula busca agora o apoio de adversários para aprovar logo as medidas do PAC. O alvo de ontem foi o senador Antonio Carlos Magalhães (DEM-BA), um dos mais ácidos críticos do governo.
- Incor - União assume administração do hospital do Distrito Federal. Grupo vai definir plano de demissões.
- Mantega aproveita saída de auxiliar que fez duras críticas à política de juros do Banco Central e reformula equipe. Mudanças podem selar a paz entre o ministro e o presidente do BC, Henrique Meirelles.
- Trabalho irrita servidor do TSE - Pela primeira vez, em 40 anos, funcionários do tribunal tiveram que trabalhar na quarta-feira da Semana Santa. Pela tradição no TSE, quebrada pelo ministro Marco Aurélio Mello, desde ontem eles estariam de folga.
INTERNACIONAIS DO CORREIO
04/04/2007 Mundo23h37 - Terremoto de 5,7 graus Richter assusta Japão
Mundo23h35 - Brasileiro é preso na Colômbia sob suspeita de pertencer às Farc
Mundo21h15 - Novo medicamento contra o HIV se revela promissor no tratamento da infecção
Mundo21h09 - Quase 100 estudantes presos no Chile após ato contra transportes
Mundo21h03 - Embaixador britânico se reúne com marinheiros em Teerã
Mundo18h51 - Polícia mexicana detém americano acusado de pedofilia
Mundo14h49 - Militares britânicos libertados deixam Irã na quinta-feira
Mundo13h56 - Senador arrecada US$ 25 milhões para campanha presidencial
Mundo12h19 - Londres saúda o anúncio da libertação dos 15 marinheiros
Mundo09h32 - Jornal diz que 20% dos reservistas israelenses são incapazes
Mundo09h23 - Fidel critica pela 2ª vez o biocombustível
Mundo09h05 - Livro do Papa sobre Jesus sai no dia 16
VALOR ECONÔMICO
- Dólar a R$ 2 põe em xeque estratégias das empresas
- O dólar se aproxima de R$ 2 e começa a colocar em xeque estratégias até agora adotadas pelos fabricantes de manufaturados para compensar perdas de rentabilidade. Nos últimos dois anos, eles reajustaram preços em dólar e aumentaram a compra de matéria-prima importada, mais barata por causa do câmbio.
Os manufaturados exportados pelo Brasil subiram em média 10,9% em 2005 e 12,3% em 2006. "Mas agora batemos no limite", diz Carlos Zignami, da Marcopolo, que elevou em 30% os preços dos ônibus, mas perdeu os clientes do Oriente Médio para Egito e Turquia. A Agrale, que fabrica tratores e caminhões, aumentou preço entre 15% e 20% nos últimos dois anos. "A rentabilidade ainda está praticamente no vermelho", diz Flávio Crosa, diretor da empresa. Ele busca adquirir componentes no exterior, mas o processo é lento e nem sempre encontra lá fora as peças de que necessita. As indústrias de calçados conseguiram elevar preços em 25,4% desde 2003. "Não há espaço para novos reajustes e teremos de pensar em produzir no exterior", prevê o diretor da West Coast, Sérgio Baccaro.
O ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros diz que os estragos do dólar a R$ 2 não se limitam aos setores "de sempre": móveis, têxteis e calçados. Segmentos de bens duráveis, como automóveis e eletrodomésticos, já enfrentam dificuldades. No primeiro bimestre, as vendas externas de carros caíram 15%.
Além de prejudicar as exportações e induzir o aumento das importações, o câmbio interfere nas decisões de investimento. Com um dólar muito barato, o Brasil deixa de ser atraente para empresas interessadas em usar o país como plataforma de exportação.
- A União pretende abrir para Estados e municípios a chance de aderir ao fundo de pensão que será criado para os servidores da União. A hipótese está prevista na minuta do projeto de lei que autoriza a criação da entidade, chamada Funpresp, e destina R$ 50 milhões para sua estruturação.
Para evitar contenciosos judiciais, o governo incluiu na proposta uma forma de reconhecer o tempo passado de contribuição dos que decidirem migrar, informa Antônio Henrique Pinheiro Silveira, chefe-adjunto da assessoria econômica do Ministério do Planejamento.
O regime novo será de capitalização. Em vez de financiadas pelos que ainda estiverem na ativa, as aposentadorias pagas pelo Funpresp serão resultado da poupança individual feita pelo próprio servidor. Por causa do custo de transição, o governo adotou outra saída no projeto. Em vez do Funpresp, quem vai pagar a parcela da aposentadoria correspondente ao tempo passado dos atuais servidores serão próprio Tesouro, na forma de benefício especial. Assim, quem optar pelo novo regime, receberá, na aposentadoria, dois benefícios separados.
- O Banco Central comprou diretamente do mercado à vista de câmbio US$ 21,7 bilhões no primeiro trimestre do ano, cerca de US$ 4,4 bilhões acima de tudo o que entrou e saiu do país pela balança cambial, já que o fluxo foi positivo em US$ 17,39 bilhões no período. Mesmo assim, de janeiro a março, o dólar caiu 3,6%. Isso mostra que não é o "dólar físico" que vem provocando a apreciação cambial. São os "dólares escriturais" - proveniente das arbitragens financeiras e das operações com derivativos - os responsáveis pela queda. E esse dólar "virtual' vem atrás do rendimento pago pela Selic.
As elevadas posições "vendidas" registradas pelos bancos no BC são interpretadas por economistas como uma das principais causas da apreciação recente do câmbio. E o descompasso entre câmbio contratado e movimento físico de mercadorias mostra que o fluxo comercial se comporta como se fosse financeiro, também em busca do juro real.
- O governo de São Paulo retomará o programa de concessões de rodovias estaduais. A idéia do governo estadual é licitar em um único bloco as rodovias Ayrton Senna e Carvalho Pinto (SP-70), Dom Pedro I (SP-65) e rodovia dos Tamoios (SP-99), que fazem uma ligação entre a capital do Estado, Vale do Paraíba, Campinas e Litoral Norte. O edital deve ser lançado no próximo mês.
Com a proposta, o concessionário ficaria obrigado a arcar com investimentos da ordem de R$ 1 bilhão. Também serão licitados seis lotes do complexo formado pelas rodovias Raposo Tavares (SP-270), Marechal Rondon (SP-300), João Ribeiro de Barros (SP-261) e Euclides da Cunha (SP-320), que ligam a capital ao Mato Grosso do Sul.
- Grupos financeiros de países ricos aumentaram as aquisições de terras agrícolas em países emergentes, como o Brasil, com vistas a rendimentos atrativos no médio prazo.
O Calpers, poderoso fundo de pensão de funcionários públicos da Califórnia, já investiu US$ 140 milhões na compra de 22.980 hectares no Brasil e outros 16.196 hectares na Austrália. A francesa Pergam Finance, companhia de investimento com US$ 1 bilhão em ativos, é outra que já lançou um fundo para investir em terras no Uruguai e na Argentina, e agora olha para o Brasil. E o fundo suíço Gaia Ressources, com US$ 350 milhões em ativos, busca aquisição direta no Brasil e em países como Rússia e Ucrânia, diante da raridade de empresas cotadas em bolsa ou de fundos de investimentos no setor.
"O planeta financeiro redescobriu as terras agrícolas", diz Olivier de la Salle, analista do BNP Paribas, em Paris. Uma das explicações é a perspectiva de que a melhora do nível de vida nesses países vá acelerar o consumo de alimentos, ignorando excedentes agrícolas ou preços deprimidos. Além disso, a Europa ocidental sofre com custos salgados de produção, preços elevados de terras e subsídios em queda.
- Companhias de capital aberto procuram fora das grandes metrópoles novos e menores acionistas. Apesar de que 75% do volume da bolsa ainda seja garantido por investidores do Rio e São Paulo, as empresas acompanham uma tendência de redução dessa concentração, que já está em curso.
Investidores de locais como São José do Rio Preto (SP), Campinas (SP) e Juiz de Fora (MG), que conheciam a bolsa apenas pela internet, passam a ter acesso a executivos de gigantes do mercado, como Bradesco, Itaú e Petrobras, para tirar dúvidas pessoalmente.
- O crescimento da Argentina Arcor depende de quem mora mais perto da linha do Equadro: até 2010 as regiões Norte e Nordeste devem propiciar um terço da receita, que foi de R$ 815 milhões em 2006. Hoje, representam 25%. Para isso, a empresa está investindo R$ 58 milhões em uma fábrica e um centro de distribuição no Recife (PE), que serão inaugurados em maio. Para o mercado nacional, injetou R$ 9 milhões no lançamento de um chocolate light e um biscoito com sabor de misto-quente.
- Vale do Rio Doce compromete-se a suspender venda de minério a fabricantes de ferro-gusa que usam mão-de-obra escrava e madeira extraída ilegalmente da Amazônia.
- Produtores nacionais de alho tentarão obter do governo a manutenção de tarifa antidumping contra o produto importado da China.
- Alta de 40% nos custos de produção reduz entusiasmo dos produtores de soja do Mato Grosso, apesar do bom momento do mercado externo.
- Apetite dos grandes investidores estrangeiros por ativos emergentes leva Ibovespa aos 46.553 pontos, novo recorde histórico.
- Recessão nos EUA prejudicaria mais a Al, diz relatório do FMI.
- Ao contrário de 20 anos atrás, quando levou seu país à moratória com uma política de aumentos salariais e estatizações que culminaram em um processo de hiperinflação, desta vez o presidente do Peru, Alan García, cortou os salários do funcionalismo pela metade, vendeu bens públicos e conquistou a confiança das agências de risco de crédito, aproximando-se do grau de investimento. O país cresceu 8% em 2006, as exportações atingiram o recorde de US$ 23,4 bilhões e a inflação anual é de 0,3%.
ESTADO DE MINAS
- Caos no feriadão
- Antes mesmo de o feriado prolongado começar, as saídas de Belo Horizonte tiveram grandes congestionamentos, ontem. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), 300 mil veículos estão deixando a capital no recesso. A BR-381, no sentido Vitória, foi a que exigiu maior paciência dos motoristas. Dois acidentes e o gargalo imposto pela obra do trevo de Santa Luzia causaram um engarrafamento de cerca de 15 quilômetros. O trânsito na estrada e no Anel Rodoviário parou desde o trevo do Shopping Del Rey, na Região Noroeste, até o posto da PRF, na saída para a capital capixaba. A fiscalização será intensificada, com blitzes e radares, até domingo. No entorno da rodoviária, no Centro, de onde 70 mil pessoas partem de BH de ônibus, um esquema especial de trânsito foi montado, para tentar diminuir os engarrafamentos.
- O ministro da Defesa, Waldir Pires, vai continuar no cargo, conforme afirmou o presidente Lula, ontem. Lula fez apelo aos controladores de vôo para que mantenham a normalidade nos aeroportos até a Páscoa e reforçou o recado de que não negociará, se houver tumulto.
A Aeronáutica já montou o plano de emergência para evitar outro colapso do sistema: está prevista a contratação emergencial de 250 operadores aposentados nos últimos dois anos. Cento e vinte sargentos-controladores ficarão de prontidão no feriado.
- Planalto flerta com oposição - Lula recebe ACM e dá sinais de que pretende ampliar diálogo com adversários.
- Produção industrial em alta - Setor cresce 3,8% no 1º bimestre e expansão de máquinas e equipamentos chega a 16%.
- Opinião - Gasto público excessivo restringe investimento.

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
- Polícia assaltada em Boa Viagem
- Ousadia dos ladrões parece não ter limites e ontem um posto da Polícia Militar foi atacado em Boa Viagem. Três armas foram levadas e um policial, deixado só de cueca. Na hora, dois outros PMs faziam ronda.
- Lula agora pede "PAC Militar".
JORNAL DO BRASIL
- Eles conseguiram voar
- Para este pessoal não existe apagão aéreo. O prefeito César Maia e o governador Sérgio Cabral passam o feriadão na Europa. Deputados federais e senadores esvaziaram o plenário cedo e correram para os aeroportos. No Judiciário, o quadro seria idêntico, não fosse pela ação insólita dos funcionários do TSE, que impetraram mandado de segurança para obter o direito de enforcar a quarta-feira, mas perderam.
- O presidente Lula negou ontem que vá demitir o ministro da Defesa, Waldir Pires: "Eu ponho, eu afasto. E não é esse o caso". Em Roraima, quatro caças Super Tucano A-29 se acidentaram. Um dos pilotos se ejetou, mas morreu por falha no pára-quedas.
- O presidente Lula anunciou ontem investimentos da ordem de US$ 1 bilhão da Petrobras no Equador. O local escolhido foi um campo situado dentro do parque ecológico de Yasuni.
- O ministro da Fazenda, Guido Mantega, mudou a equipe. Júlio Sérgio Gomes de Almeida deixa a Secretaria de Política Econômica depois de fazer críticas à política do BC para o dólar.
- A pressão internacional funcionou. Entre sorrisos do presidente Mahmoud Ahmadinejad e cumprimentos, o Irã libertou os 15 britânicos capturados há 13 dias em águas iranianas.
FOLHA DE SÃO PAULO
- Para Lula, crise aérea está resolvida
- O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse estar 'confiante de que os aeroportos brasileiros vão encontrar paz e normalidade, não apenas na Semana Santa', mesmo sem solução concreta para a crise aérea. Lula acusou os controladores de 'falta de sensibilidade' e foi dúbio em relação à provável punição dos que se amotinaram _alvos de inquéritos militares.
- No segundo artigo em menos de uma semana sobre o tema, o DITADOR DE CUBA, FIDEL CASTRO, voltou a atacar ontem o programa do álcool impulsionado por Brasil e EUA, dessa vez com críticas diretas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em texto publicado pelo jornal oficial cubano, o "Granma", Fidel afirmou que nem Lula nem o presidente americano, George W. Bush, responderam como conseguirão gerar biocombustível suficiente para substituir, ao menos em parte, o uso de petróleo e gás, sem pôr em risco o ambiente e o fornecimento global de alimentos.
- O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou ontem que irá federalizar o InCor-DF (Instituto do Coração do Distrito Federal) devido à crise financeira que ameaça a unidade, em Brasília, que tinha como mantenedora a Fundação Zerbini. "A idéia é que caminhemos no sentido de transformar o InCor-DF em uma fundação estatal", afirmou Temporão. No dia 13 de abril, o governo enviará um projeto de lei ao Congresso para regulamentar a administração de hospitais públicos por meio de fundações estatais.
- O Banco Central quase triplicou sua atuação no câmbio no primeiro trimestre deste ano, mas não impediu que a cotação do dólar seguisse em queda. Entre janeiro e março, o BC comprou cerca de US$ 22 bilhões no mercado, valor mais alto já registrado nessa época do ano e bem superior aos US$ 7,9 bilhões adquiridos no primeiro trimestre de 2006. Esses dólares reforçam as reservas cambiais do país, que estão em cerca de US$ 110 bilhões, valor recorde.
- Um avião Super Tucano da FAB (Força Aérea Brasileira) caiu e outros três fizeram pousos de emergência ontem próximo de Boa Vista (RR). Um dos pilotos morreu. A aeronave que caiu bateu numa torre de telefonia, no bairro Paraviana, durante temporal na tarde de ontem, segundo o Corpo de Bombeiros. Após o choque, os dois pilotos ejetaram os assentos. Um deles, o segundo-tenente-aviador Fernando Wilmers de Medeiros, não conseguiu abrir o pára-quedas e morreu ao cair numa rua. O outro sobreviveu.
CONTROLADORES DE VÔO PEDEM PERDÃO POR MOTIM

da Folha Online
A ABCTA (Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo), entidade que representa os controladores de vôo militares, recuou no desafio à cúpula da Aeronáutica e pediu "perdão à sociedade brasileira" pelo motim realizado do último dia 30, que provocou a paralisação do tráfego aéreo em todo o país.
"Que o dia 30 de março seja lembrado como 'um grito de socorro dos Controladores de Tráfego Aéreo' e não como uma simples rebelião de militares. Pedimos perdão à sociedade brasileira e paz para voltarmos a executar com maestria nosso trabalho", afirma a ABCTA, em nota divulgada no site da entidade nesta quinta-feira.
O recuo dos controladores militares ocorre um dia após o presidente Lula anunciar o fim da crise aérea, dizendo que "os aeroportos brasileiros vão encontrar paz e normalidade, não apenas na Semana Santa, mas daqui para a frente". Lula também disse ontem que "as pessoas precisam aprender que, no regime democrático, o respeito às instituições e à hierarquia é fundamental".
Fazendo eco às palavras do presidente, os controladores reafirmam na nota de hoje o respeito às "bases do militarismo: hierarquia e disciplina". Os controladores amotinados agora enfrentam inquéritos policiais militares por insubordinação.
A nota, assinada pelo presidente da ABCTA, Wellington Rodrigues, encerra com os desejos de "Paz nos Céus!"e "Feliz Páscoa!".
MotimNa sexta-feira, o motim começou com a paralisação de 200 controladores de vôo no Cindacta-1 (Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo), em Brasília, e ganhou a adesão de controladores de outros Estados. As decolagens acabaram paralisadas em todo o país.A cúpula da Aeronáutica resolveu prender os militares insubordinados, mas foi desautorizada pelo presidente Lula, que resolveu negociar com os amotinados.Por meio do ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, o governo comprometeu-se a aceitar as exigências dos amotinados: iniciar a desmilitarização do controle aéreo e evitar punições contra os grevistas.Na segunda-feira, Lula voltou atrás nos seus compromissos assumidos com a categoria e entregou o caso à cúpula da Aeronáutica. Ao mesmo tempo, a Justiça Militar abriu inquérito policial militar para investigar os controladores.Leia a íntegra da nota divulgada pela ABCTA:
"Brasília, 05 de abril de 2007.
Nota à sociedade
Passado o grande trauma da paralisação do dia 30 de março, os Controladores de Tráfego Aéreo Militares buscam força para recuperar, junto a sociedade brasileira, sua confiança, prestígio e respeito.
Reafirmamos nossa confiança e respeito ao Governo Federal, ao Comando da Aeronáutica e principalmente nas bases do militarismo: hierarquia e disciplina.
Que o dia 30 de março seja lembrado como 'um grito de socorro dos Controladores de Tráfego Aéreo' e não como uma simples rebelião de militares.
Pedimos perdão à sociedade brasileira e paz para voltarmos a executar com maestria nosso trabalho.
A Associação Brasileira dos Controladores de Tráfego Aéreo não medirá esforços para reconstruir a imagem de seus representados assim como lutar por sua dignidade.
Paz nos Céus!
Feliz Páscoa!
Sinceramente,Wellington Rodrigues
Presidente da ABCTA"
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PSB FICA COM PORTOS, MAS SEM A INFRAERO

FÁBIO ZANINI
da Folha de S.Paulo
O PSB recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a indicação de que a nova secretaria extraordinária de Portos será ainda mais modesta do que o previsto, o que está incomodando o partido.
Além de não ganhar a Infraero, que controla os aeroportos, como tentou até o último minuto, o partido também recebeu um "não" de Lula na demanda de controlar a administração dos chamados portos secos (na prática, grandes armazéns utilizados para desembaraço de mercadoria).Os portos secos devem continuar sob administração da Receita Federal e do Ministério da Fazenda e Infraero, com o Ministério da Defesa.
"Ainda estamos no escuro quanto à estrutura exata da secretaria", afirmou o líder do PSB na Câmara, Márcio França (SP). De concreto, a nova secretaria terá apenas a administração portuária. O PSB ainda tenta abocanhar a administração das hidrovias, hoje no âmbito do Ministério dos Transportes, mas isso é incerto.
A pasta também não deve ter grande participação nas obras da transposição do rio São Francisco, como desejava.
InsatisfaçãoNos bastidores, o partido se mostra insatisfeito. Anteontem, após a reunião do conselho político de Lula, o vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, abordou o presidente e perguntou sobre a secretaria. O presidente repetiu o compromisso de criá-la, mas não deu detalhes.Horas depois, o indicado para chefiar o novo órgão, o ex-ministro da Integração Nacional Pedro Brito reuniu-se com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, para discutir os detalhes da estrutura da secretaria. A conversa não foi conclusiva. A medida provisória criando a secretaria deve ficar para depois da Páscoa.
A demora já irrita o partido. Integrantes da legenda dizem que já teve até foto do novo ministério de Lula e a nova secretaria nem saiu do papel.O que consola o partido é a perspectiva de crescimento da importância dos portos prevista no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).O programa estima gastar R$ 2,6 bilhões até 2010 em 12 portos marítimos, 67 fluviais e uma eclusa.
Um dos nós que ainda precisam ser resolvidos pelo governo é a estrutura de cargos da secretaria. Grande parte dos postos médios seria apenas transferida dos Transportes, mas é inevitável a criação de funções para cargos de confiança.
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SEGURANÇA DE BENTO 16 TERÁ 3.500 HOMENS EM APARECIDA

da Agência Folha, em São José dos Campos
Cerca de 3.500 homens --incluindo Exército, Aeronáutica, polícias Federal, Rodoviária, Militar e Civil, bombeiros e guardas municipais-- participarão da segurança para a visita do papa Bento 16 a Aparecida (SP), em maio.A operação será coordenada pela 12ª Brigada de Infantaria Leve do Exército, que fica em Caçapava, cidade próxima a Aparecida. Segundo o oficial de comunicação da brigada, major José Mateus Teixeira Ribeiro, a ação contará com especialistas em localização de bombas e atiradores de elite.Serão utilizados equipamentos como detectores de metais, helicópteros e carros do Exército, que será responsável por cerca de dois terços dos homens. Os agentes vão ocupar desde o interior da basílica até o entorno dos municípios. A expectativa é que a cidade receba mais de 500 mil pessoas.Leia mais
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Rússia e Síria foram intermediárias na soltura de militares
Da Redação
Síria tem afinidade com o Irã, e Moscou teme que os EUA invadam país islâmico e criem tensão em suas fronteiras Moscou pediu a Teerã um "gesto humanitário"; Síria articulou para que aiatolá Khamenei aceitasse uma saída honrosa para a crise
Embora sejam ainda desconhecidas peças fundamentais do quebra-cabeça diplomático que permitiu a libertação dos 15 militares britânicos, a Síria e a Rússia surgem como intermediários que, mesmo socorrendo Londres, não deixaram de atuar em causa própria.
O governo de Tony Blair, diz o "Financial Times", não sabia ao certo qual dos dirigentes do Irã era responsável pela captura ou defendia a radicalização internacional do episódio.
A Rússia, disse o vice-primeiro-ministro Alexander Losiukov, pediu de Teerã um "gesto humanitário" que diminuísse as tensões e favorecesse o diálogo, no momento em o país é objeto de sanções na ONU em razão de seu programa nuclear.
A Síria e o Irã se aproximaram com base na hostilidade dos EUA a seus regimes. Os sírios teriam aberto o caminho para que o líder supremo do regime islâmico, aiatolá Khamenei, recebesse um gesto de moderação de Londres como a vontade de solucionar a crise.
Ali Larijani, negociador nuclear do Irã e próximo de Khamenei, deu o passo seguinte. Telefonou ao assessor de política externa de Tony Blair, o diplomata Nigel Sheinwald, e sugeriu um roteiro apaziguador. Londres divulgou nas horas seguintes nota afirmando que "os dois lados" estavam empenhados numa solução.
Larijani deu então uma entrevista a uma emissora de TV britânica com o mesmo teor. Estavam desarmados os espíritos, e o resto foi o produto de novas conversas sírias e russas com os iranianos.
Acordo com moderados
Essas declarações apaziguadoras contrastavam com as manifestações de rua que pediam a execução dos marinheiros britânicos e que eram aparentemente orquestradas por setores do regime islâmico interessados em fazer da crise uma cortina de fumaça para ofuscar as sanções da ONU.Dois ministros sírios, o da Informação, Mohsen Bilal, e o das Relações Exteriores, Walid al-Moallem, afirmaram ontem, sem dar detalhes, que participaram das negociações. Al-Moallem chegou a dar entrevista em que defendia "uma diplomacia silenciosa".
Raciocínio da Rússia
No caso da Rússia, há uma relação de proximidade e litígio com o Irã, onde os russos constroem a usina nuclear de Bushehr. Há duas semanas, Moscou anunciou a paralisação das obras, sob a alegação de que Teerã estava atrasando o pagamento combinado. Mas, segundo a agência russa Novosti, mais que os atrasados, Moscou procura obter garantias de que Teerã cumprirá sua promessa de devolver para depósitos russos o lixo atômico, do qual se pode extrair a matéria-prima para produzir a bomba.Ao mesmo tempo, os russos, segundo outro texto da Novosti, tentam convencer os EUA a não atacar militarmente o Irã. Os serviços russos de inteligência teriam descoberto que a operação de ataque já tem até um nome, "mordida", e poderia ser proximamente desencadeada. Essa informação foi vazada de propósito por um militar russo de alto escalão. A intervenção degeneraria em conflito regional nas fronteiras da Rússia, o que Moscou quer evitar a qualquer custo.
É possível, diante disso, que a solução para a crise dos 15 marinheiros tenha sido para Moscou uma demonstração de que o Irã é flexível e sabe negociar, fato que não é facilmente compreendido pela administração Bush, e ainda um passo para aliviar as antigas tensões.
Com agências internacionais
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O ESTADO DE SÃO PAULO
SÍRIA DIZ A PELOSI QUE DESEJA NEGOCIAR PAZ COM ISRAEL
Bush diz que visita da democrata passará "sinais confusos" a Damasco
Reuters e Efe
DAMASCO - A presidente da Câmara dos Deputados dos EUA, Nancy Pelosi, afirmou durante visita a Damasco nesta quarta-feira, 4, que o presidente sírio, Bashar Al Assad, disse estar disposto a negociar a paz com Israel.
"Ficamos contentes com as garantias que recebemos do presidente (Assad) de que ele está pronto para retomar o processo de paz. Ele estava pronto para se engajar em negociações de paz com Israel", disse Pelosi.
"A reunião com o presidente nos permitiu comunicar uma mensagem do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, de que Israel está pronto a se engajar em conversações de paz também", afirmou ela a jornalistas em Damasco.
O governo israelense reagiu imediatamente salientando suas precondições para tal processo. Pelosi é a principal autoridade norte-americana a visitar a Síria em mais de dois anos.
"O primeiro-ministro disse que Israel está interessado na paz com a Síria, mas que a Síria antes teria de abandonar o caminho do terror e (deixar de) dar apoio a grupos terroristas", afirmou uma fonte do governo israelense.
Assad disse que a Síria está disposta a retomar as negociações com Israel tendo por base um plano árabe que prevê a normalização de relações em troca da devolução de territórios.
"A Síria adotou a iniciativa árabe, sua escolha estratégica é a paz", disse Assad a Pelosi, segundo a agência oficial síria de notícias. As negociações entre Israel e Síria estão paradas desde 2000.
Pelosi qualificou a reunião com Assad de "muito produtiva" e afirmou ser importante que a Síria use sua influência com o grupo palestino Hamas para promover a retomada do processo de paz.
Impasse com americanos
O presidente americano, George W. Bush, disse que a visita de sua adversária Pelosi passará "sinais confusos" a Damasco, e um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca qualificou a viagem de "contraproducente".
A respeito das conversas diplomáticas com os EUA, Assad disse a Pelosi que "o diálogo direto pode levar a explicações mútuas sobre muitas realidades, e ao tratamento de muitos assuntos de interesse de ambos os países e de toda a região".
Washington acusa Damasco de patrocinar o terrorismo e estima que até 90% dos homens-bomba no Iraque se infiltram pela Síria. Damasco diz tentar conter esse fluxo.
O governo sírio diz que gostaria de ajudar os EUA a fazer uma "retirada honrosa" do Iraque, mas que em troca Washington deve pressionar Israel a devolver as colinas do Golã.
Os EUA retiraram seu embaixador da Síria logo depois do assassinato do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Al Hariri, em fevereiro de 2005. Damasco nega envolvimento no crime.
Após o encontro, Pelosi, que permaneceu menos de 24 horas na capital síria, viajou para Riad, na Arábia Saudita, em uma nova escala de sua viagem pelo Oriente Médio. A democrata americana já esteve no Líbano, em Israel e nos territórios palestinos.
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- Governo se adianta para controlar CPI do Apagão
- O governo avalia que o Supremo Tribunal Federal (STF) tende a determinar a instalação da CPI do Apagão Aéreo e já tem uma estratégia para tentar controlar os trabalhos da comissão. Dos 23 deputados que deverão integrar a CPI, 15 serão de partidos aliados ao Planalto. A idéia é que o presidente da comissão seja do PMDB e a relatoria fique a cargo de Cândido Vaccarezza (PT-SP). Assim, os governistas poderão evitar a convocação de autoridades e barrar requerimentos de investigação e quebras de sigilo. Ao comentar a crise do setor aéreo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou ontem a necessidade de uma reestruturação do Ministério da Defesa, mas garantiu a manutenção do atual titular da pasta, Waldir Pires. "Não tem troca de ministro", assegurou. "A reforma ministerial acabou". Líderes dos controladores de vôo civis alertam que há enorme insatisfação entre os sargentos que trabalham no setor, diante da certeza de que os chefes do motim da semana passada serão punidos.
- Um avião Supertucano da FAB caiu ontem à tarde em Boa Vista (RR) por causa do mau tempo, causando a morte de um dos pilotos. Outros três Supertucanos fizeram pouso de emergência
- Depois dos fortes ataques feitos anteontem à política monetária e cambial em entrevista ao Estado, o economista Júlio César Gomes de Almeida não é mais secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. O ministro Guido Mantega anunciou ontem que Almeida foi substituído pelo atual secretário-executivo, Bernard Appy. Para o lugar de Appy irá Nelson Machado, ex-ministro da Previdência. Ao anunciar as mudanças, Mantega disse discordar da análise de Almeida. "Eu acredito que o Banco Central está praticando uma política monetária correta, adequada para o País", afirmou o ministro. Sua intenção era manter Almeida no cargo pelo menos até concluir a formatação da nova equipe. O secretário, que ficou menos de um ano no governo, também vinha se ressentindo da perda de poder e influência junto a Mantega.
- O Instituto do Coração do Distrito Federal passa à administração federal, anunciou o ministro da Saúde, José Gomes Temporão. Pode ser a solução para a crise do hospital, que tem dívidas de R$ 30 milhões.
- Notas e Informações - Nada permite prever o fim da guerra entre o Ministério da Fazenda - entre outros - e o Banco Central. A indisciplina é apenas o resultado previsível de um estilo de gestão do presidente da República.
-- Em um dia de boas notícias, com redução dos preços do petróleo, risco Brasil operando novamente na mínima histórica e perspectiva de upgrade da dívida brasileira, a Bovespa bateu outro recorde de pontuação, ao atingir 46,553 pontos, após alta de 0,57%. E o FMI colaborou, avisando, em relatório sobre perspectivas econômicas, que a desaceleração da economia dos EUA não deve contaminar o mundo, desde que a crise imobiliária americana não se amplie. Nesse caso, o PIB de vários países seria afetado, em especial Brasil e México.
- A indústria teve expansão de 3,8% no primeiro bimestre de 2007. Para o IBGE, que divulgou os números, o dado mais positivo é o crescimento de 16% no setor de bens de capital, indicando aumento dos investimentos.
- Em seu primeiro livro como papa, Bento XVI critica países ricos, que acusa de oprimir nações pobres, e elogia Karl Marx ao dizer que o pensador "forneceu uma imagem clara do homem vitimado por bandidos".
Brasileiro é preso na Colômbia acusado de integrar as Farc
Souza é suspeito de participar de ataques contra as Forças Armadas do país
Reuters
BOGOTÁ - O brasileiro Michael Cuello Souza, que supostamente pertence a principal guerrilha da esquerda colombiana foi preso na quarta-feira, 4, pela polícia em uma cidade localizada em uma zona da selva no leste da Colômbia. A polícia acredita que ele tenha participado de vários ataques contra as Forças Armadas do país.
A captura de Souza, conhecido como Isauro, aconteceu em Inirida, capital do departamento de Guainia, na fronteira com a Venezuela, 700 quilômetros ao leste de Bogotá.
De acordo com as autoridades militares e policiais, o brasileiro se incorporou as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) em 2000.
Souza tinha uma ordem de captura pelo delito de rebelião. Segundo informações policiais, ele participou em 2001 de um assalto contra uma base militar do departamento de Putumayo. Na ocasião, morreram 37 militares.
As autoridades militares e policiais entregaram fotografias nas quais o brasileiro aparece uniformizado e armado no território que serve de sede para as negociações de paz que foram interrompidas em 2002.
A Colômbia enfrenta um violento conflito interno de mais de quatro décadas. No meio do conflito, as Forças Armadas do país combatem as guerrilhas esquerdistas e os esquadrões paramilitares que são financiados pelo narcotráfico.
As Farc asseguram que entre seus 17.000 combatentes há vários estrangeiros, mas não revelam quantos são e nem especificam suas nacionalidades.
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THE NEW YORK TIMES
LEI SECA IRRITA VENEZUELANOS E CRIA 'MERCADO NEGRO'
Bebidas são servidas em xícaras de café; aumento de acidentes de trânsito derruba argumento pela proibição
Muitos venezuelanos ignoram os freqüentes apelos do presidente Hugo Chávez para criar um novo homem por meio de uma revolução socialista. Mas um decreto limitando severamente a venda de bebidas alcoólicas durante boa parte da Semana Santa seguramente chamou sua atenção. “Não se meta com meu álcool” dizia a manchete do jornal de oposição El Nuevo País no domingo.
O decreto surpresa, que o governo Chávez considera necessário para diminuir as mortes causadas por motoristas embriagados, entrou em vigor na sexta-feira. No entanto, de sexta-feira até a manhã de ontem, foram registrados 1.810 acidentes de trânsito - um aumento de 2% com relação à Semana Santa de 2006. O número de mortes teve um aumento de 38%.Houve protestos no fim de semana na Ilha Margarita, onde foliões e donos de lojas de bebidas pintaram pára-brisas de carros com as palavras “Não à Lei Seca”. A Consecomercio, uma associação nacional de donos de empresas, se queixou de que a medida poderia reduzir em 60% as vendas de bebidas alcoólicas durante o feriado.
Mas houve também indícios de que os caraquenhos abastados estavam encontrando meios de contornar as restrições. As reações ruidosas à proibição do álcool contrastam fortemente com a calma com que os recentes escândalos de corrupção na Venezuela foram recebidos: tentativas de juízes da Suprema Corte de evitar o pagamento de impostos sobre bonificações generosas, e alegações de que autoridades do governo desviavam milhões de dólares de acordos de infra-estrutura estatais com o Irã.“Estou neste país há 40 anos, e esta é a primeira vez que vejo isso”, disse Antonio Gouveia, um imigrante português de 54 anos que possui um bar em Caracas. “A Semana Santa é a melhor semana do ano porque as pessoas não trabalham, saem e gastam.” Ele qualificou o decreto do álcool como “uma coisa de doido”.
A medida proíbe completamente a venda de álcool em estradas e ruas movimentadas na Quinta-feira Santa, Sexta-Feira da Paixão e Domingo da Páscoa, enquanto no sábado, bares, restaurantes de lojas de bebidas podem vender álcool das 10 às 15 horas.
A Venezuela, que vive um boom econômico alimentado pelos altos preços do petróleo, é um dos mercados mais cobiçados do mundo para produtos como cerveja e uísque. Em 2005, o país liderou o consumo per capita de cerveja na América Latina, com 83,3 litros, chegando a superar por pouco os níveis de consumo nos EUA, segundo a empresa de pesquisa Euromonitor International. Embora a maioria dos bares nos bairros ricos da região leste da capital tenha fechado esta semana, outros bares e lojas de bebidas do centro permaneceram abertos. Alguns donos de restaurante contornavam a proibição servindo vinho em xícaras de café. A medida fez surgir um mercado paralelo nas favelas após as 17 horas. “Bebi com alguns amigos no bairro ontem à noite”, disse Benigno Suero, gerente de um café. Suero, que vive em Petare, uma extensa favela onde a cerveja é consumida geralmente na rua, disse com um sorriso, “Bebemos três engradados.”

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THE'ECONOMIST'
Lula quer sossego, diz 'Economist'
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva “optou por uma vida sossegada” e, ao demorar cinco meses para montar uma nova equipe, prenuncia “um mandato sem ambição”. Seu segundo ministério é “uma geringonça de 36 membros” que deve lhe garantir “uma passagem segura, embora nada espetacular”, por mais quatro anos no poder. Assim a nova edição da revista The Economist resume a situação do governo brasileiro, no qual se destacam os ministros Guido Mantega (Fazenda) e Dilma Rousseff (Casa Civil), líderes que não estão preocupados “com a necessidade de enxugar um Estado excessivo”.
O PT perdeu força, diz a revista, e o poder pessoal do presidente aumentou. O PMDB tem em mãos 44% dos recursos destinados a investimentos. Com 60% dos votos na Câmara, pequena maioria no Senado e 48% de eleitores que consideram “boa” a sua administração, Lula “é tão forte quanto qualquer presidente desejaria ser”.
Mas, pergunta a Economist, “o que ele vai fazer com esse poder? Se o ministro Antonio Palocci estivesse ao seu lado, ele poderia arrumar o desastroso sistema previdenciário e as leis trabalhistas e simplificar a vida tributária”. Ao invés disso, “ele parece mais inclinado a poupar seu capital político do que a utilizá-lo”.
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